Capítulo VII - Plano de vingança ---------------------------------------- Não foi difícil para Jeitosinha convencer Adenair a juntar-se a ela em seus planos de vingança. Ele sabia que seu pai, violento e castrador, jamais o deixaria sair do armário. Com Ambrósio morto, um novo horizonte, muito mais colorido, se desenhava à sua frente. - Já pensou, Jeitosinha? Vou poder comprar um Ka dourado... Colocar piercings nos mamilos... Fazer backing vocals no show do Edson Cordeiro! Dançar techno que nem o mineiro. Adenair só não estava muito certo sobre a morte da mãe. Marilena sempre foi uma mulher zelosa de seus filhos, e muito carinhosa com os sete. - Você acha que o erro da mamãe foi assim tão grave? - perguntou. - Se eu acho? - indignou-se Jeitosinha - Minha vida foi uma farsa! - Mas sempre é tempo de recomeçar... Você pode fazer uma operação de troca de sexo... - Não é tão simples. Eu gosto de mim como sou! O problema é que o mundo não está preparado para aceitar pessoas diferentes! - Pôxa... O mundo aceitou o Michael Jackson! - ainda insistiu Adenair. Mas Jeitosinha estava decidida. - A vingança vai começar. Papai será a primeira vítima. - Qual é o seu plano? - Amanhã é sábado. Neste dia, à noite, todos os nossos irmãos saem para se divertir. Mamãe tem a novena na casa de Dona Nair e papai e eu costumamos ficar sozinhos em casa. Adenair ouvia com atenção o plano traçado por Jeitosinha na noite anterior. - Papai terá uma morte violenta. Sangrenta. Algo tão hediondo que ninguém suspeitará que o crime poderia ter sido praticado por uma pessoa como eu, uma jovem loira, maravilhosa e frágil... - E como eu poderei ajudar? - perguntou Adenair. Jeitosinha esboçou um sorriso estranho e respondeu, num tom seco: - Me arranje uma serra elétrica! Sangue! Morte! Traição! Vingança! Confira tudo isso e no próximo e mais emocionante capítulo! __________________ |
Capítulo VIII - Falsa loira nua ------------------------------------- Adenair, que era estagiário na Secretaria de Meio Ambiente do município, conseguiu, sem chamar a atenção, retirar uma moto-serra no almoxarifado da Prefeitura. Como o dia seguinte seria um domingo, ele teria tempo de limpar a ferramenta e devolvê-la a seu local de origem antes que dessem pela sua falta. Ao cair da noite, ninguém na família poderia imaginar o drama que se desenrolaria nas próximas horas. Um por um, os irmãos mais velhos foram saindo, como quaisquer jovens numa noite de sábado. Adenair foi o último a deixar a casa. Controlando as emoções, despediu-se do pai sem despertar suspeitas. Enfim sós, Jeitosinha e Ambrósio assistiam ao telejornal das oito. Ela usava um vestidinho curto. Balançava provocativamente as pernas, mostrando toda a extensão de suas coxas bem torneadas. A loira sabia que o pai moralista logo iria implicar com a roupa. - Precisa usar um vestido tão curto? Vá já se vestir direito!, ordenou Ambrósio, apontando para o quarto de Jeitosinha. Era a deixa que a moça esperava. Ela entrou no seu quarto e reapareceu poucos minutos depois, causando a última e pior visão que aquele homem rude jamais tivera. Sua filha, seu meigo tesouro, estava completamente nua, portando a serra elétrica. Mas o maior espanto de Ambrósio foi constatar a existência de uma outra ferramenta, pendurada entre as pernas da bela loira. - N-não pode ser! Não pode ser! O que é isso? - balbuciou o homem, com uma expressão patética, indicando o bráulio de Jeitosinha. - Isto sou eu, papai! Eu sou o monstro que você criou! O som ensurdecedor da serra abafou os gritos desesperado do homem, que de tão surpreso sequer teve forças para lutar. Minutos depois, tudo era silêncio e calma. Jeitosinha tomou um banho demorado, vestiu-se, escondeu a serra elétrica num terreno próximo, seguindo o plano previamente combinado com o irmão, e dirigiu-se tranquilamente à casa de uma amiga, deixando montado na sala de sua casa um cenário dantesco. Estava encerrada a primeira etapa de sua vingança. Ou pelo menos Jeitosinha imaginava que sim... Prepare-se! No próximo capítulo Jeitosinha terá uma grande surpresa! __________________ |
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