domingo, 2 de maio de 2010

Os destaques da semana do trabalhador! - Saiba tudo sobre a nova novela das 8!

domingo, 2 de maio de 2010

Record ainda está com gravações de "Bela a Feia" atrasadas

A Record ainda tenta tirar o atraso nas gravações de “Bela, a Feia”.

Foram muitos os problemas nos últimos tempos, que vão desde a demora na entrega dos capítulos ao caos provocado pelas chuvas no Rio.

Por conta disso, e a equipe já faz as contas, os trabalhos devem se estender até a última semana de exibição.
Um pastor da Igreja Universal do Reino de Deus foi preso na noite desta sexta-feira (30) por corrupção de menor, em Candeias. De acordo com o delegado titular da 20ª Delegacia, Osman Lordelo,o pastor Alex Santos Golveia, de 31 anos, foi pego em flagrante com uma adolescente de 13 anos, dentro de um carro, na estrada estadual que dá acesso à cidade, próximo ao posto da Polícia Rodoviária.

Policiais estranharam o carro parado no acostamento da estrada e fizeram a abordagem. Em seguida ele foi encaminhado para a delegacia onde permanece preso. Alex Santos Golveia mora em Salvador no bairro de Pernambués.
O que não falta na televisão é sexo. E principalmente gente falando sobre o assunto. Há um pouco de tudo. Velhinhas dando conselhos, especialistas tentando salvar a vida sexual de casais e por aí vai. O que faltava? Celebridades confessando seus segredos de alcova. Esse "nicho de mercado" é preenchido pelo programa "Vai e Vem" (sex. 23h30; classificação não informada), que a cantora Preta Gil apresenta no canal GNT.
As principais atrações do programa, que tem também reportagens e curiosidades sobre o sexo, são as entrevistas com famosos. Quem não quer saber da vida sexual das celebridades? Bem, se hoje se vende o que elas vestem e como criam os filhos, descobrir seus segredos de cama é o que faltava. E Preta Gil consegue realizar a missão espinhosa com sucesso. Durante as entrevistas, ela se coloca como igual, transformando o papo com o convidado em uma conversa entre amigos.
E assim consegue proezas, como fazer o jogador Vagner Love falar quanto mede o seu pênis. Ou o ator André Marques confessar sua predileção por sexo oral.
Tudo isso poderia ser grosseiro. Mas acaba ficando engraçado graças ao jogo de cintura de Preta. Frases como "Ah, então você cai de boca" poderiam soar pesadas. Mas não soam (pelo menos não muito).
A apresentadora consegue ter a mesma naturalidade quando vai para a rua. E se mete, por exemplo, em uma conversa de homens no intervalo de uma pelada. Ou faz uma visita à famosa feira de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, em busca de comidas afrodisíacas.
O programa é baseado em temas como sexo e gastronomia, sexo virtual etc. Mas o que interessa mesmo são as entrevistas de Preta. Curiosidades sobre o sexo a gente encontra em qualquer lugar. É só acionar o controle remoto.
Outra parte desnecessária fica por conta de algumas regrinhas colocadas no programa.
Para começar, "Vai e Vem" é gravado em um "elevador". O entrevistado entra no tal elevador com Preta, que aperta os botões dos andares. As perguntas vão ficando, teoricamente, mais picantes de acordo com a subida. Esses "adereços" não só não acrescentam, como também fazem com que a entrevista perca o ritmo.
A apresentadora não precisa disso. Ela se vira no humor. E ainda tem a vantagem de fugir dos estereótipos das outras apresentadoras de TV, em geral magras e loiras. Preta tem o diferencial da espontaneidade, o que a faz fugir dos padrões (não só os estéticos) e transformar um assunto tão banalizado em algo, pelo menos, divertido.

Fernanda de Freitas é outro nome garantido no elenco de “Girassol”.

Vai fazer o papel de uma garota fútil, geniosa e briguenta que aprende a ser uma pessoa melhor depois que se apaixona.

Hoje ela ainda é a dra. Evelin no “S.O.S. Emergência”. Mas a novela só estreia em setembro.

Diferentemente do noticiado na semana passada, a Record não estreará sua nova novela, "Ribeirão do Tempo", no dia 25 de maio, mas uma semana antes, no dia 18, terça-feira, segundo a coluna Canal 1.
"Ribeirão do Tempo" deverá estrear com aproximadamente 20 capítulos finalizados. Seu lançamento, que deveria ocorrer em fevereiro, foi adiado por diversas vezes. As chuvas no Rio de Janeiro, a nova política da emissora em relação aos horários das novelas e o sucesso de "Bela, a Feia" contribuíram para o atraso da estreia da nova novela.


No elenco da novela, escrita por Marcílio Moraes, estarão nomes como Bianca Rinaldi, Ângelo Paes Leme, Angelina Muniz, Caio Junqueira, Solange Couto, Heitor Martinez e Taumaturgo Ferreira.

Em sessão batizada de "Cine Amateur", o canal pay-per-view Venus exibe neste mês obras feitas por não profissionais e aspirantes a estrelas de filmes adultos que registram suas estripulias na cama. A escolha da empresa Playboy do Brasil resulta de pesquisa e estará acessível sempre às 0h05 dos sábados.

Saiu do ar na Rede TV! o "Programa Lucilia Diniz". Com isso, "Brothers" e "TV Fama" ganharam mais 15 minutos cada um aos sábados.


Após o fiasco da estreia de "Gugu Bate em Sua Porta" --que, durante sua exibição, derrubou a atração da Record para quarto lugar e custou R$ 1 milhão--, o "Programa do Gugu" aposta hoje no quadro "Corrida do Gugu".

Íris Abravanel planeja entregar neste mês os primeiros capítulos de "Corações Feridos", sua próxima novela no SBT. A trama é adaptação de um folhetim mexicano.

Tá fazendo sucesso? É um sério candidato a se tornar a 157ª celebridade imitada por Alexandre Porpetone, ao lado de Pedro Bilau (Pedro Bial, da Globo), Cabrito Teves ("Carlito" Teves) e Ronalducho (Ronaldo). Estrela de "A Praça É Nossa" (SBT), ele testa piadas: "Uma balada aí foi fechada. Tava tocando DJ Marlboro".

O contrato que Ratinho acabou de renovar com o SBT por mais um semestre tem como base a divisão do que o apresentador fatura mensalmente com anunciantes (R$ 3 milhões).
Logo estreia o quadro "Sai Dessa", dirigido pela ex-Faustão Lucimara Parisi, em que o telespectador decide o desfecho.



Em ano de eleição, agenda bem organizada, treinamento de mídia e sangue frio são armas capazes de conquistar um bem disputadíssimo -o tempo deTV. Não nohorário eleitoral, do qual o telespectador foge, mas na programação, aquela que o eleitor senta para assistir.
As ruas são um campo minado. Cassetas (Globo), loiras e morenas do "Gugu" (Record), homens de preto do "CQC" (Band) e Sabrina Sato do "Pânico na TV" (Rede TV!) vivem atrás de um político que lhes renda um vexame.
O candidato também pode "morrer" pela própria boca. Quem não se lembra da entrevista em que a então ministra Dilma Rousseff chamou uma repórter de "minha filha"?
E quando o ainda governador de SP José Serra se irritou com a pergunta de uma jornalista da TV Brasil e sugeriu que a emissora atuava de maneira parcial?

"A gente passa a nossa experiência, mas vai depender muito do sangue frio do candidato", afirma o presidente do PT, José Eduardo Dutra.
"Os fatos negativos têm mais consequências porque as notícias ruins dão mais manchetes do que as boas."
"Quando fazemos a agenda, queremos que o candidato tenha contato com a população, mas também temos que protegê- lo", diz a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), responsável pela agenda de Serra.
O pacote de preparação de Dilma para disputar a Presidência inclui consultoria da jornalista Olga Curado, acompanhamento da equipe do publicitário João Santana e puxões de orelha do midiático presidente Lula.
Os presidenciáveis Serra e Marina Silva (PV) não fazem treinamento de mídia.
Marina saiu-se bem na última segunda no "CQC". Em respostas gravadas sem edição, falou sem gaguejar, entre outros assuntos, sobre o que faria se tivesse um filho gay.
"Foi para mudar o tom, porque, como ela diz, nesta eleição só tem carrancudo", afirma Nilson de Oliveira, assessor da pré-campanha de Marina Silva.

Com baixos índices de audiência, que raramente chegam a 1 ponto, a Band tentará, mais uma vez, reformular o "Primeiro Jornal".
 
O noticiário, que continuará sob o comando de Milena Machado, deverá ganhar novos cenários, vinhetas e uma postura editorial mais próxima do telespectador do horário. Embora a concorrência, formada pelo "SP no Ar", de Luciano Faccioli, e do "Bom Dia Brasil", comandado por Renato Machado, seja grande, a emissora ainda deseja índices mais expressivos.
 
Os pilotos para o novo "Primeiro Jornal" começam nessa semana. Ainda não há data prevista da estreia do novo formato, porém a mesma deverá ocorrer antes da Copa do Mundo.

Adriane Galisteu tem dito que a Band lhe ofereceu três novos projetos para quando voltar de sua licença-maternidade, em outubro. Dentre eles, a loira afirma que deve apresentar o reality "The Phone". Hélio Vargas, diretor artístico da Band, informa que o programa não tem apresentador escolhido ainda.

Milton Neves acaba de renovar seu contrato com a Bandeirantes, rádio e televisão, pelos próximos 4 anos.

Assinou no começo da semana.

Diz que é o último. Pretende se aposentar depois da Copa no Brasil.


Rio e São Paulo se juntam na versão 2010 do "Bastidores", que estreia nesta sexta no Multishow sob o comando da carioca Erika Mader, 24, e da paulista Luisa Micheletti, 26. Estarão em eventos esportivos, culturais e baladas. Mas começam o programa na rua 25 de Março (SP), em busca de um presente de R$ 50 para os 50 anos do cantor irlandês Bono. "Todo mundo quer mostrar a persona, nós vamos mostrar a pessoa", dizem.
A informação é da coluna Outro Canal, assinada por Andréa Michael e publicada na Folha deste domingo (2).

Vitória Frate, que estreou na TV em "Caminho das Índias", da Globo, fez testes na Record. A atriz tenta uma vaga no folhetim "Vivendo o Amor", adaptação de uma novela mexicana que deve estrear na emissora de Edir Macedo após a Copa. Na Globo, Vitória tinha contrato por obra. Atualmente, ela grava a série "Bicicleta e Melancia", para o canal Multishow, da Globosat.

A partir de amanhã o programa da Hebe Camargo terá início às 22h no SBT.

Mas será que é a coisa certa? Por acaso alguém fez a conta ou se preocupou em analisar com o devido cuidado?

Os mais desavisados podem sair comemorando e entender como grande conquista esse retorno ao antigo horário. Grande engano.

É fácil, e ao mesmo tempo triste, saber no que isso vai dar.

Tal mudança se promove no exato instante em que, nesta mesma faixa, “Bela, a Feia”, da Record, atravessa o seu melhor momento, muitas vezes ultrapassando a casa dos 15 ou 16 pontos de audiência.

Na melhor das hipóteses, Hebe será terceiro lugar, isso se não considerarmos o “CQC” que também sempre vem muito forte na Band.

Passo atrás, com toda certeza. Mexeram, e mais uma vez mexeram errado. Parece de propósito.

Informação de Flávio Ricco.

A produção da próxima “Fazenda”, com estreia prevista para setembro na Record, se esforça para ter –novamente– alguma modelo do “Pânico”, da Rede TV!, no elenco.

Lizzi Benites, a Piu Piu, é o alvo da vez.

Danielle Souza, a Samambaia, participou da primeira edição e, hoje, tem espaço fixo no “Tudo é Possível”.

Ainda em relação à próxima “Fazenda”, Iran Malfitano, atualmente em “Bela, a Feia”, também já aparece entre os prováveis.

Paisagens deslumbrantes que revelam histórias e paixões. Pela terra, pela família, por outra pessoa, por um ideal, pelo dinheiro e por si mesmo. Há também paixões que nascem do mais puro e sincero amor, mas que não deixam de esconder segredos – que, revelados ou não, podem afetar a vida de diversas pessoas.

‘Passione’, escrita por Silvio de Abreu, com direção de núcleo de Denise Saraceni e direção-geral de Carlos Araújo e Luiz Henrique Rios, é uma história cercada por emoção, mistério, ação e romance. “Essa novela é uma junção de drama, comédia e suspense, gêneros que me interessam muito como autor. Ela não tem um mote. Eu diria que é uma trama envolvente porque tem um segredo que é revelado e que motiva uma grande história de amor e enganos”, revela o autor.

Com estréia marcada para o dia 17 de maio, e ainda com direção de Natalia Grimberg, Allan Fiterman e André Câmara, a nova novela das oito da Rede Globo será ambientada em dois universos - na moderna e movimentada São Paulo e na terra de apaixonantes paisagens e histórias, a bella Itália.

A história de Bete e Eugênio

Elizabete (Fernanda Montenegro), quando conheceu Eugênio (Mauro Mendonça), estava envolvida com outro homem, de quem ficou grávida e por quem foi abandonada. Eugênio, porém, era louco por ela e aceitou se casar com Bete, mesmo sabendo que ela gerava o filho de outro. Casaram-se antes que a barriga denunciasse seu estado, contra a vontade de Brígida (Cleyde Yáconis) e Antero (Leonardo Villar), pais de Eugênio, que jamais suportaram a nora. Depois de casados, revelaram a gravidez e ele mentiu para todos sobre a paternidade da criança. Foi um gesto de extrema delicadeza e uma prova incontestável do amor que sentia por ela. Por isso, Bete, além da admiração, começou a ver o parceiro com mais carinho e acabou amando-o de verdade. Infelizmente, a criança, um menino, nasceu morta e foi enterrada no túmulo da família de Eugênio. Não se sabe se por causa da decepção com a perda do primeiro filho ou por algum problema físico, Elizabete só conseguiu engravidar anos depois. O desejo de ser mãe novamente era tão grande que se submeteu a todos os tratamentos existentes na época e, quando os filhos foram chegando, aos poucos, passou a se dedicar inteiramente à família. Porém, por mais que amasse seus três filhos com Eugênio, nunca deixou de pensar naquele que nem chegou a conhecer e que, durante 55 anos, visitou no túmulo para depositar flores no dia de seu nascimento e morte.

Metalúrgica Gouveia, o império da família

Eugênio casou-se com Elizabete quando tinha apenas uma fabriqueta e, ao lado dela, com seu positivismo, incentivo e cooperação, a Metalúrgica Gouveia se transformou em uma potência. Seu principal produto é a Magrela, a bicicleta popular mais vendida no Brasil, e também uma linha de bikes mais sofisticada, a Skinny, que figura com orgulho entre as melhores do mundo em seus vários modelos, tamanhos e cores. A empresa, hoje, além de bater de longe seus concorrentes, produz também uma linha fitness, que domina o mercado. Foi Bete que, com grande faro comercial, colocou as bicicletas na mídia, fazendo todo jovem querer uma Magrela. Foi ela também quem insistiu para que entrassem no segmento fitness e aconselhou a adoção do nome Skinny, em busca de um público que corria para as bikes importadas. O mesmo conceito usou nos primeiros produtos especiais para ciclistas na linha Skinny-Fashion, que terceiriza a fabricação de tênis, capacetes, roupas, luvas e outros acessórios para os aficcionados do esporte. Porém, com o nascimento de Saulo (Werner Schunemann), muito a contragosto, ela abandonou os negócios e passou a se dedicar unicamente à família. Então, vieram Gerson (Marcello Antony) e Melina (Mayana Moura). Todos três, filhos do mesmo pai e da mesma mãe, trabalhando em diversos setores da mesma fábrica, mas tão diferentes como se fossem crias de estranhos.

Os filhos

Saulo (Werner Schunemann), Gerson (Marcello Antony) e Melina (Mayana Moura)  foram criados como a maioria dos filhos de uma família de classe alta. Tiveram todos os seus desejos e caprichos atendidos e aprenderam muito pouco sobre responsabilidade. Estudaram nos melhores colégios e cursaram as faculdades que quiseram.

Saulo
Saulo (Werner Schunemann) sempre procurou ser o filho ideal fazendo tudo o que o pai e a mãe esperavam dele. Estudou Administração, trabalha na fábrica com afinco desde muito jovem e, hoje, é um dos diretores da Metalúrgica. Casou-se com Stela (Maitê Proença), teve três filhos – Danilo (Cauã Reymond), Sinval (Kayky Britto) e Lorena (Tammy Di Calafiori) – e deu aos pais os netos que eles esperavam. Mas jamais conseguiu o mesmo carinho e admiração que foram dedicados a Gerson. O que mais irrita Saulo é que seu irmão mais novo sempre foi o oposto de tudo o que seus pais apregoavam que um bom filho deveria ser. Mas Saulo não tem talento para os negócios. Não sabe mandar, é medíocre, raciocina pequeno, toma atitudes intempestivas sem motivo e deixa sempre a emoção superar a razão. Por uma total falta de personalidade e objetivo, obedeceu ao pai e se tornou o que foi determinado para ele: um chefe de família, com três filhos, dois garotos e uma garota, exatamente como o pai e a mãe.

Gerson
Sempre apaixonado por esportes, Gerson (Marcello Antony) largou os estudos para se dedicar a sua maior paixão: as corridas de Stock Car. E propôs ao pai que se criasse um time de corredores de bike patrocinado pela marca deles, do qual ele cuida. Mas continua vivendo como um adolescente que detesta responsabilidade e troca qualquer coisa por ficar batendo papo com seu grupo de amigos. Pelo seu temperamento jovem, brincalhão e alegre, é o ídolo dos sobrinhos Danilo (Cauã Reymond) e Sinval (Kayky Britto), que participam do time de corredores de bike. Este é mais um ponto de conflito entre Gerson e Saulo, que gostaria de ter a admiração dos filhos, mas nunca conseguiu.

Melina
Melina (Mayana Moura) nasceu para concretizar o sonho de Eugênio (Mauro Mendonça) de ter uma menina na família e foi criada como uma boneca de estimação. Cresceu voluntariosa e rebelde, mas em Melina tudo é perdoado: as roupas hipertransadas, os cabelos de corte ultramoderno, o seu jeito meio desligado e as novidades que ela inventa a cada semana. Brígida (Cleyde Yáconis) e Antero (Leonardo Villar) recriminavam o filho e a nora pela liberdade excessiva de Melina, mas eles mesmos se encantavam com os carinhos da neta. E, apesar de ter abandonado duas faculdades, quando se decidiu pela moda, se formou e assumiu o departamento mais fashion da fábrica. Apesar de sua rebeldia, Melina tem um jeito todo especial de conseguir tudo o que quer, menos Mauro (Rodrigo Lombardi), o filho do chofer da casa dos Gouveia. Faz o que for preciso para chamar a atenção dele, mas para ele a caçula da família é como se fosse sua irmã mais nova. Uma mulher por quem ele tem um enorme carinho, mas por quem nunca vai poder se apaixonar.

O filho do chofer

Mauro (Rodrigo Lombardi), o filho do chofer, nasceu na ala dos empregados da casa dos Gouveia, um pouco depois de Gerson (Marcello Antony). E, apesar de ser filho de um homem de pouca instrução, sempre foi mais equilibrado e inteligente do que os filhos dos patrões. Ao contrário dos ricos que cursaram as melhores escolas privadas do país, Mauro estudou em escolas públicas ou obteve bolsas, sempre ajudado e monitorado pela inteligência intuitiva de seu pai Diógenes (Elias Gleizer),  principalmente, depois do falecimento de sua mãe, quando ele era ainda apenas um moleque, e de Bete, que sempre o ajudou, protegeu e amparou. Entrou em primeiro lugar nas duas faculdades que cursou e formou-se com distinção. Mauro também ocupa um cargo importante na Metalúrgica e Bete (Fernanda Montenegro), que gosta dele como de um filho, sabe que pode contar com ele a seu lado.

Uma mulher entre dois amigos

Mauro (Rodrigo Lombardi) e Gerson (Marcello Antony) cresceram juntos e se tornaram grandes amigos. Mulher nunca foi problema para os dois, nem mesmo quando eles se interessavam pela mesma. Pelo menos até surgir Diana (Carolina Dieckmann).

Mauro conheceu Diana quando a estudante de pós-graduação em Jornalismo estava fazendo uma matéria em uma competição de ciclismo promovida pela Metalúrgica Gouveia. Ele se apaixonou perdidamente por ela e cometeu o engano de apresentá-la a Gerson. E, sem imaginar o que estava por vir, Mauro sofreu quando percebeu que seu melhor amigo se encantou por Diana à primeira vista. E ficou ainda mais atordoado quando a estudante não escondeu sua predileção pelo jeito alegre e meio moleque de Gerson e acabou optando pelo piloto. Mauro declarou seu amor, tentou dissuadi-la, mas Diana, realmente apaixonada, escolheu Gerson. Porém, desde que ela tomou a decisão, Mauro se recolheu dignamente e tenta, em vão, deixar de gostar dela. Afinal, ele é um homem à antiga, com um rígido conceito de moral e ética que lhe foi incutido pelo seu pai desde o berço. Mauro até vai tentar amar outras mulheres, mas seu coração pertence à Diana e não há nada que se possa fazer para mudar isso.

Toda família tem seus segredos...

Bete (Fernanda Montenegro) e Eugênio (Mauro Mendonça) trabalharam, cresceram e criaram os filhos juntos e se amam e se respeitam mutuamente até hoje. Um dia, ao chegarem de um passeio no parque, Bete avisa à enfermeira particular Clara (Mariana Ximenes) que Eugênio passou mal durante os exercícios. Eficiente e dócil, Clara faz Eugênio repousar pelo resto do dia. Ele, porém, volta a sentir uma pontada no coração e desaba. Bete, com a ajuda de Clara, chama o médico da família e o empresário, percebendo que não tem muito tempo de vida e com os olhos cheios de arrependimento, resolve que é hora de confessar um segredo que guardou por 55 anos e que, depois daquele dia, mudaria completamente a vida de Bete.

A revelação

Era quase impossível para Bete acreditar no que Eugênio balbuciava em sua agonia. Seu primeiro filho não tinha morrido?... Está vivendo na Itália?...Onde?...Quem tinha levado a criança?...Como está esse filho agora?...Casado?...Com filhos e netos?...

Eugênio implorou pelo perdão da esposa e explicou que não suportou a ideia de criar um filho dela com outro homem. Revelou ainda que o menino havia sido entregue a um casal de empregados italianos que trabalhara para eles, os quais, por uma boa quantia em dinheiro, aceitaram criá-lo na Itália, para onde queriam voltar. E, antes de dar seu último suspiro, assegurou que o futuro do filho dela estava garantido e que havia providenciado tudo para que nada faltasse a ele e a sua família.

Os efeitos de um segredo

Bete, depois de passado o espanto, sentiu um grande ódio do marido. Então, ela esteve casada todos aqueles anos com um mentiroso? Um homem que não a respeitava? Um covarde? Um canalha que fez com que ela acreditasse que seu filho nascera morto? Que deu seu bebê sabe-se lá para quem? Como explicar para os filhos, para a família, para a sogra, que sempre a detestou, a existência de um filho perdido?

Teria que reviver feridas antigas, já há muito cicatrizadas. E, por isso, entre os preparativos para o enterro e todas as providências que a morte de um patriarca acarreta em uma família, Bete não consegue afastar de sua cabeça o que Eugênio havia revelado. Primeiro investigou com o pessoal da casa e teve certeza de que ninguém, nem mesmo Brígida (Cleyde Yáconis) e Antero (Leonardo Villar), sabia daquela história. Eugênio não teve cúmplices em sua traição. Mas não foi difícil saber com a sogra quem era o casal de empregados citado pelo marido. Felizmente, Brígida, obcecada por organização, guardava registros de todos os criados que passaram pela casa no tempo em que era ela quem dava as ordens. Bete, então, pôde concluir que seu filho havia sido levado pelo casal Mattoli, que tinha trabalhado na casa por um ano e pouco. Soube que este casal tinha uma filha de treze anos, Gemma, nascida no Brasil e também que, subitamente, sem nenhuma explicação plausível, a família resolveu voltar para a terra natal.

O mais surpreendente, porém, estava por vir. Procurando no cofre particular do marido morto, encontrou documentos que esclareciam o que ele havia dito sobre o futuro garantido do filho de Bete. Certamente corroído pelo remorso de seu ato covarde, Eugênio recompensou o bastardo financeiramente. Em seu testamento lia-se que Antonio Mattoli (Tony Ramos), residente em Laurenza-in-Chianti, cidade da Toscana, Itália, deveria receber como herança 50% do patrimônio de Eugênio, o que incluía uma enorme porcentagem de ações da Metalúrgica. Tudo escrito e registrado em cartório, portanto, incontestável e absolutamente legal.

Com esta informação, Bete (Fernanda Montenegro) se depara com mais um problema: quem seria a pessoa mais indicada para suceder Eugênio na presidência da Metalúrgica Gouveia? Quem teria habilidade e talento para administrar o império da família, principalmente quando viesse à tona a história sobre o novo herdeiro?

Ainda atônita, Bete se lembrou que não estava só no momento em que Eugênio confessou o grande segredo de sua vida. Clara (Mariana Ximenes), praticamente uma estranha, foi a única que compartilhou daquela revelação tão íntima. Era imprescindível que, por enquanto, a família não soubesse de nada. A matriarca, então, pediu à enfermeira que não contasse a ninguém o que ouviu, pelo menos até ela decidir o que fazer. Clara acalmou-a, jurando que jamais comentaria o que havia se passado ali e, polidamente, recusou a recompensa que Bete quis lhe dar. Muito generosa, ainda se colocou à disposição para ajudar no que fosse preciso em retribuição a toda atenção e carinho que recebeu naquela casa, principalmente de Bete.

Como a única pessoa que sabia do assunto era Clara, era com ela que Bete desabafava. Primeiro pensou em conseguir o telefone do filho, mas concluiu que o assunto era delicado demais para ser tratado à distância. Escrever também não lhe pareceu uma boa ideia. Sabia que era inevitável um encontro e ansiava ficar cara a cara com o filho desaparecido, que talvez nem tivesse conhecimento de sua existência. Também não poderia viajar antes da missa de sétimo dia sem levantar suspeita. Conhecia a sua família e temia abordar o assunto de maneira errada, pondo a perder um futuro entrosamento entre o filho que não conheceu e os que criou - ainda mais depois que Eugênio privilegiou o bastardo no testamento. Bete sentia-se muito confusa e abalada para tomar qualquer providência, mas sabia que deveria ir em busca do filho. Por isso, Clara, solícita e sempre presente, aconselhou-a a dar um tempo e pensar melhor no que fazer. Vulnerável, a matriarca aceitou a sugestão, voltou a pedir que ela mantivesse o segredo e as duas renovaram o pacto.

A enfermeira e o golpista

Foi quando o coração de Eugênio (Mauro Mendonça) começou a fraquejar e ele foi internado às pressas no hospital pela primeira vez que Clara (Mariana Ximenes) entrou na vida dos Gouveia. O médico aconselhou a família a contratar uma enfermeira para acompanhar o empresário e, no dia seguinte, ela se apresentou com um excelente currículo. Bete ligou para as pessoas que assinavam as cartas de recomendação e obteve ótimas referências. Depois de instalada na casa, Clara conquistou a todos. Porém, a verdadeira Clara é ambiciosa e faz um par ideal com Fred (Reynaldo Gianecchini), que compartilha da mesma característica. Os dois se conhecem desde criança: filhos de famílias vizinhas no Tatuapé, cresceram, cada um seguiu seu rumo, voltaram a se encontrar adolescentes em uma balada e nunca mais se separaram.

Assim, quando Clara contou a seu parceiro sobre a confissão que Eugênio fez antes de morrer, traçaram um plano na hora.

Fred (Reynaldo Gianecchini) devia ter mais ou menos 10 anos quando seu pai, operário da Metalúrgica Gouveia, sofreu um acidente na prensa da oficina, ficando sem uma das mãos. Quando foi exigir seus direitos, os advogados da fábrica conseguiram ludibriá-lo e, lesado e humilhado pela empresa, ficou sem sua indenização e acabou se suicidando. As últimas palavras que Fred ouviu de seu pai ainda repercutiam em sua mente: “O mundo é podre, meu filho. Nunca confie em ninguém e tire da vida, a qualquer custo, tudo o que ela não quiser te dar...”.

Quando Fred fica sabendo sobre o tal herdeiro desaparecido que vê sua grande chance de entrar na Metalúrgica pela porta da frente e tirar da família Gouveia muito mais do que o dinheiro que Eugênio deixou de dar a seu pai. Enxerga aí a oportunidade de fazer com que paguem por sua infância pobre e sem pai, por ter carregado muita caixa no mercado onde trabalha sua mãe Candê (Vera Holtz) e por não ter conseguido nada na vida a não ser acumular ódio e ressentimento.

O filho perdido

As informações que Bete (Fernanda Montenegro) conseguiu sobre o filho perdido estavam corretas. Realmente ele foi levado pelo casal Mattoli para Laurenza-in-Chianti, na Itália, em terras da Toscana. O que ela não sabe ainda é que lá ele cresceu, casou-se, ficou viúvo e é pai de quatro filhos – Adamo (Germano Pereira), Agostina (Leandra Leal), Agnello (Daniel de Oliveira) e Alfredo (Miguel Roncato). Antonio Mattoli (Tony Ramos), ou Totó, como é mais conhecido, é um homem do campo, um típico “contadino”, com coração e alma de italiano. Junto com sua irmã de criação, Gemma (Aracy Balabanian), comanda com braço de ferro a família. É um homem simples e muito popular na sua cidade: simpático, falastrão, contador de histórias, de sangue quente, dramático, vital e feliz. Ficou viúvo no nascimento de seu filho mais novo, Alfredo (Miguel Roncato), e, se não fosse seu anjo da guarda Gemma, não teria conseguido sobreviver à morte da esposa e nem terminado de criar os filhos. Totó e Gemma sempre estiveram juntos em todos os momentos da vida dele. Nos bons e alegres e nos mais tristes e dramáticos. Se amam e se respeitam como mãe e filho. Viúvo já há 15 anos, Totó nunca levou outra mulher para dentro de casa. Tem suas namoradas, gosta de uma farra, frequenta a casa de mulheres nos arredores da cidade, mas venera o lar, a irmã e seus filhos.

Gemma, a mamma de todos

Ainda uma menina de 13 anos, Gemma (Aracy Balabanian) se encantou com Totó desde que o pegou, ainda bebê, em seu colo pela primeira vez. Junto com a mãe, cuidou dele durante a longa viagem para a Itália. Apesar de sua pouca idade, sempre se sentiu como se tivesse gerado aquele garoto. Com a morte dos pais, já por volta de seus 20 anos, assumiu sozinha o término de sua criação. Levou-o para a escola e foi buscá-lo todos os dias. Ajudou-o a fazer as lições, cuidou de sua saúde e fez questão de que ele aprendesse o português. Ela nunca escondeu que eles nasceram no Brasil, mas, para que Totó não se sentisse rejeitado, jamais lhe contou a verdadeira história de sua origem. Até hoje tem verdadeira adoração pelo irmão que criou e, até hoje, trabalha de sol a sol na lavoura, ajudando-o a vender os produtos que conseguem fazer brotar da terra toscana. Cuida da casa, das roupas, da comida e dos seus quatro sobrinhos com uma dedicação sincera, abnegada e comovente. Sua diversão é a família, as novidades que Totó conta com seu jeito divertido, os comentários da vizinhança, a alegria e a união de todos. O tempo foi passando e ela cada vez mais se esquecendo de si mesma. Quase se casou com um homem da terra, mas desistiu na última hora. Deixou o infeliz esperando no altar e até hoje não explicou por que. Depois, não namorou mais, nem noivou, nem casou. Sempre amou Totó mais do que uma mãe e ele retribui seu amor com a mesma intensidade, carinho e respeito.

Os filhos
Os quatro filhos de Totó – Adamo (Germano Pereira), Agostina (Leandra Leal), Agnello (Daniel de Oliveira) e Alfredo (Miguel Roncato) – foram criados com rédea curta. Adamo, o mais velho, e Alfredo, o mais novo, trabalham com o pai e Gemma na lavoura. Agnello, por sua vez, é o mais problemático e vive se metendo em encrenca por que quer ir para uma cidade maior e tem sonhos de grandeza. Agostina, apesar de casada e mãe de um “piccolo bambino”, Dino (Edoardo Dell’Aversana), voltou para a casa do pai quando seu marido Berilo (Bruno Gagliasso), cansado da vida difícil que levavam e sem querer pedir ajuda ao sogro, resolveu tentar uma chance justamente no Brasil. A princípio, escrevia todas as semanas, depois as cartas foram rareando e, hoje, não se tem nem idéia do que aconteceu com ele. Para Totó, o “farabuto, figlio di um cane” arrumou outra mulher no Brasil, mas Agostina não acredita nisso e espera ansiosa, todos os dias, por alguma notícia. Na verdade, a coitada já virou piada na cidade. E não há lugar em que passe, nem mesmo quando está a caminho de fazer suas restaurações nas igrejas, sem que alguém pergunte se já teve alguma notícia do fujão. Totó adora o netinho e defende a filha como pode, mas quem é que segura a língua da mulherada de uma cidade pequena como a que eles vivem? Várias vezes, Agostina quis pegar seu filho Dino e ir para o Brasil atrás do marido, mas Totó a impediu.

Este problema passa para o segundo plano quando a chegada de Fred (Reynaldo Gianecchini) e Clara (Mariana Ximenes) à Itália vira a vida de Totó de cabeça para baixo. Porém, antes mesmo de saber o que os dois brasileiros querem com ele, Totó fica encantado com Clara que, pela idade, poderia ser sua filha, até neta talvez. E Fred, que percebeu logo o tipo de olhar que o italiano lançou sobre sua parceira, concluiu que a missão deles seria muito mais fácil do que ele imaginava.

O carteiro apaixonado e o bígamo

Mimi (Marcelo Medici), o carteiro de Laurenza-in-Chianti, é apaixonado por Agostina (Leandra Leal); a tal ponto que sumiu com as cartas que Berilo (Bruno Galiasso) mandava à restauradora e jamais postou a correspondência que ela respondia ao marido. Para o carteiro, a vida não tem graça sem Agostina e, por isso, ele não medirá esforços para ter a amada a seu lado. O único problema é que o carteiro é um pouquinho atrapalhado...

Berilo, um italiano bico doce, não se sabe se por pobreza ou safadeza, nunca deu um número de telefone para Agostina. Já faz alguns anos que ele foi para a cidade de São Paulo e, sem que a filha de Totó possa imaginar, se envolveu com Jéssica (Gabriela Duarte), uma jovem brasileira que conheceu no cinema e com quem teve que se casar depressa porque a engravidou.

A dinastia do lixo

Olavo da Silva (Francisco Cuoco) hoje está bem mais calmo, mas já foi o que se pode chamar de um verdadeiro garanhão. Teve todas as mulheres que quis e todas que quiseram estar com ele também. Com o passar dos anos, um pouco mais sossegado, ele casou-se, enviuvou e casou-se novamente com Clotilde, ou Clô (Irene Ravache), como gosta de ser chamada. Uma mulher um pouco mais nova do que ele, bonitona, vaidosíssima, bem cuidada e que de boba não tem nada. Como nenhuma outra que passou pela vida dele, sabe levá-lo para onde quer e ele, encantado, faz por ela o que nunca fez por mulher alguma. O segredo de Clô está entre as quatro paredes do quarto deles e ninguém, até hoje, conseguiu saber qual é.

Olavo também é um homem de visão e de sucesso. Depois de ter tentado vários negócios, acabou se interessando pela reciclagem do lixo. Estudou, pesquisou, se dedicou e hoje é milionário graças a todas as técnicas de preservação ambiental que introduziu no país. Sua empresa tem inúmeros depósitos de detritos recicláveis por todo o Brasil e já exporta tecnologia para o mundo. Por sua atividade e pelo sucesso que obteve, a imprensa costuma se referir a ele como o ‘rei do lixo’, o que deixa Clô irritadíssima. Ela quer tudo na vida, menos ser chamada de ‘rainha do lixo’ quando faz suas compras pela Oscar Freire. Acontece que Jaqueline, ou Jackie (Alexandra Richter), a fiel secretária e eterna apaixonada por Olavo, e que se diz amicíssima e conselheira de Clô para assuntos sociais, é quem passa informações e constrói maldades sobre ela nos jornais.

Como todo bom rei, Olavo tem um herdeiro, ou melhor, herdeira. Enteada de Clô, Jéssica é uma jovem voluntariosa que se apaixonou perdidamente por Berilo (Bruno Gagliasso), um italiano com quem teve que se casar às pressas porque ficou grávida. A princípio, Olavo foi contra a união, mas teve que acabar aceitando diante das ameaças de Jéssica de fugir com o namorado para a Itália. Mas Berilo, toda vez que a ‘princesa do lixo’ levanta essa possibilidade, faz com que ela desista da ideia, afinal o italiano é nada mais, nada menos, que o “figlio di um cane, disgraziato” que abandonou Agostina (Leandra Leal), a filha de Totó (Tony Ramos), na Itália para se dar bem no Brasil.

Olavinho, assim batizado para agradar o avô, é a alegria de Olavo. Já Clô tem horror de que o menino venha a chamá-la de vovó. Outro problema de Clô é Fortunato (Flavio Migliaccio), tio de Olavo, que mora com eles. Apesar de encostado, é abusado e fala o que lhe vem na cabeça. É o carma de Olavo, que prometeu a sua mãe, no leito de morte, sempre cuidar dele. O rei do lixo, apesar de gostar muito de Fortunato, já o teria pelas costas, não fosse o pavor de mandá-lo embora e o fantasma da mãe aparecer para cobrar. Fortunato vive de chinelos, bermuda e camiseta cavada para desgosto de Clô, que adoraria ter um parente um pouco mais refinado para conseguir se impor melhor na vizinhança. Aliás, este é um outro problema. Olavo nunca quis sair do bairro onde nasceu. Foi reformando a casa original, comprando os terrenos ao lado e aumentando as dependências da casa que fica na Zona Leste de São Paulo. Mas o sonho de Clô é se mudar para o Jardim América, onde, ela acredita, eles morariam em condições mais agradáveis e ao lado de uma vizinhança mais seleta. Não imagina é que, para ela, essa mudança pode vir a ser um osso duro de roer.

A baronesa da CEAGESP

Por seu jeito franco e despachado, sua extrema simpatia e sua força de trabalho, Maria Candelária, ou Candê (Vera Holtz), como é chamada, é uma referência entre os trabalhadores da CEAGESP. Desde a madrugada, carrega enormes caixas nas costas, arma sua banca, vende suas hortaliças e seus legumes, sempre com muito bom humor, sem nunca reclamar da vida. Sua maior amiga e confidente é Valentina (Daisy Lúcidi), dona de uma pensão no Tatuapé, e avó de Kelly (Carol Macedo) e Clara (Mariana Ximenes), com quem tem uma relação de conflito. Durante o trabalho, Candê está sempre alegre e com algum relato interessante e engraçado para contar aos seus companheiros de labuta. É a figura mais popular do imenso mercado, mas nem sempre foi assim. Quando era casada com o pai de Fred (Reynaldo Gianecchini), seu filho mais velho, trabalhou na Metalúrgica Gouveia junto com o marido e, quando aconteceu o acidente que o aleijou para sempre, revoltada, saiu da fábrica para nunca mais voltar. Depois da morte dele, conheceu outro homem, se apaixonou, casaram-se, deu duas filhas a ele e foi trabalhar com o novo marido na CEAGESP, que era de onde ele tirava seu sustento.

Fred e seu novo pai nunca se deram bem. O padrasto, muito severo, colocou-o para carregar engradados no mercado, em vez de deixar que ele estudasse e tivesse outra profissão. Fred reclamava com a mãe, que dava razão ao marido, e ele era obrigado a obedecer ao padrasto, que não perdia a oportunidade de dar uma lição nele. Quando atingiu idade suficiente, rompeu com a família e sumiu no mundo. Com a morte de seu algoz em um inexplicável acidente, Fred voltou para casa, se reconciliou com a mãe, mas acabou sumindo de novo. Não tinha nascido para ficar vendendo verduras e legumes pelo resto de sua vida. Ele sonhava muito mais alto. Maria Candelária já se magoou muito com o jeito do filho, mas hoje aceita, levada pela culpa por não ter impedido o marido de tratar Fred de maneira bruta e desumana.

Com Felícia (Larissa Maciel) e depois Fátima (Bianca Bin), também filhas de seu primeiro marido, tudo era diferente. O padrasto tinha verdadeira adoração por elas, a ponto de Candê sentir ciúmes dessa relação. Candê nem sabe explicar a razão, mas, aos poucos, o grande amor que ela sentia por aquele homem foi se extinguindo e a morte dele veio como um grande alívio. Hoje em dia, quando perguntam se ela, ainda enxutona, não quer se casar novamente, responde que já enterrou dois e chega!

Já para Felícia (Larissa Maciel) sim gostaria de arrumar um marido. Sua filha mais velha parece viver num mundo à parte, sempre alheia e infeliz, tímida e sem coragem para enfrentar a realidade da vida. Problema oposto é o de Fátima (Bianca Bin), a filha caçula, que, criada com muito mimo, virou uma adolescente insuportável que não quer crescer, apesar dos seus vinte e poucos anos. Não se interessa por nada a sério, só quer se divertir em baladas e vive com uma turma que adora assistir às competições de ciclismo e se envolver com os competidores. Foi assim que Fátima se encantou por Danilo (Cauã Reymond), o campeão de ciclismo atrás de quem ela não se cansa de correr.

Gravações na Itália

A região da Toscana e Roma foram os cenários escolhidos para apresentar a história do núcleo italiano de ‘Passione’. Sob o comando do diretor-geral Carlos Araújo, as gravações na Itália tiveram início na primeira semana de março e se estenderam até o começo do mês de abril. “Ficamos durante 25 dias procurando locação pela Itália e montando esse mundo que tem uma infinidade de elementos. Cada cantinho da região é mágico, muito apaixonante e envolvente”, revela Araújo.

Em Roma, os pontos reconhecidos internacionalmente como Castel de Sant’Angelo, Coliseu, Fórum Romano, Piazza Campidoglio, Bocca della Veritá, Fontana di Trevi, Piazza Navona, Pantheon e Piazza de Spagna, além do Vaticano, foram as locações selecionadas para as cenas de um passeio de Totó (Tony Ramos) com seu filho Adamo (Germano Pereira).

Florença, Siena, Montepulciano, Monticchielo, San Quirico, Pienza, San Galgano, Igreja San Giovani Batista, Montecchiaro, Monteriggioni, Hotel Locanda dell’Amororosa e Stazione Di Buonconvento foram os lugares eleitos na Toscana pelo autor e pela direção da novela para gravar a maioria das cenas do núcleo italiano. “Eu e Silvio fizemos algumas viagens no ano passado. Tivemos que estudar as imagens das locações em todas as estações do ano”, conta a diretora de núcleo Denise Saraceni.

 Mais de 40 pessoas, entre elas figurinistas, cenógrafo, diretores, produtores e atores, embarcaram para as gravações na Itália.  Tony Ramos (Totó) e  Germano Pereira (Adamo) foram os primeiros a gravar no país e os únicos em Roma. Já Fernanda Montenegro (Bete), Mariana Ximenes (Clara), Reynaldo Gianecchini (Fred), Aracy Balabanian (Gemma), Daniel de Oliveira (Agnello), Leandra Leal (Agostina), Miguel Roncato (Alfredo), Marcelo Medici (Mimi) e Bruno Gagliasso (Berilo) gravaram apenas em solo toscano.

Durante a viagem, a novela também contou com a parceria de uma produtora italiana. Assim, ao somar as equipes do Brasil e da Itália, ao longo de mais de um mês de gravação, havia quase 100 pessoas diariamente no set. Neste período, a novela ainda gravou em 50 locações e contou com mais de 200 figurantes italianos – todos selecionados em Siena.

O trabalho da produção na Itália começou em setembro com as pesquisas de locações e, em novembro, durante uma semana, foram gravados stock shots da colheita das azeitonas. Durante a viagem, direção e produção registraram também as mais diversas paisagens, com chuva, neve, céu azul e sol iluminando os campos verdes da Toscana. “Quando chegamos com o elenco, tivemos chuva, neve, campo florido em início de primavera... Só que, em vez de brigar com a natureza, nós a absorvemos; caminhamos junto com ela e assim conseguimos realizar todo o nosso plano, o que tornou tudo um momento bem especial”, explica o diretor-geral Carlos Araújo.  

Gravações em São Paulo

Morumbi, Jardins, Tatuapé, FAAP, Av.Paulista, USP e CEAGESP foram algumas das locações escolhidas em São Paulo para ambientar uma parte da trama de ‘Passione’. "Procuramos a São Paulo que tivesse integração absoluta com nossas personagens. Dinheiro novo, ascensão recente, bairros crescendo e buscando uma identidade com o dinheiro antigo, sólido, familiar de outros tempos. Não temos famílias tradicionais, como as do café, da Av.Paulista. Temos uma São Paulo feita de 50, 60 anos para cá, com suas influências monumentais. Essa é a nossa São Paulo, a do esporte, das bicicletas abrindo espaço no trânsito impossível. É a cidade que se recicla, se humaniza, reencontrando seu charme", pontua a diretora de núcleo Denise Saraceni.

Sob a direção-geral de Luiz Henrique Rios, as gravações em São Paulo tiveram início em janeiro e seguiram até março. Na ocasião, gravaram cenas na cidade diversos atores, como Fernanda Montenegro (Bete), Mauro Mendonça (Eugênio), Francisco Cuoco (Olavo), Irene Ravache (Clô), Bruno Gagliasso (Berilo), Gabriela Duarte (Jéssica), Alexandra Richter (Jackie), Maitê Proença (Stela), Cauã Reymond (Danilo), Tammy Di Calafiori (Lorena), Kayky Britto (Sinval), Marcello Antony (Gerson), Carolina Dieckmann (Diana), Rodrigo Lombardi (Mauro), Vera Holtz (Candê), Reynaldo Gianecchinni (Fred), Mariana Ximenes (Clara), Bianca Bin (Fátima), Daisy Lucidi (Valentina), Daniel de Oliveira (Agnello), Larissa Maciel (Felícia), Gabriel Wainer (Chulepa), Gabriela Carneiro da Cunha (Cris), Carol Macedo (Kelly), Débora Duboc (Olga), Andre Luiz Frambach (Cridinho) e Pedro Lobo (Amendoim).

Realidade e Ficção

Os eventos esportivos do folhetim de Silvio de Abreu aliam realidade e ficção. A adrenalina, a velocidade e o ritmo intenso, típicos de uma corrida de Stock Car e também de um campeonato de ciclismo, serão mais que verdadeiros na novela, já que atores, como se fizessem parte do universo destas modalidades, atuaram em tempo real e em total sintonia com os competidores.

Para dar mais veracidade à trama de Gerson (Marcello Antony), um piloto campeão de Stock Car, a equipe da novela gravou cenas com o ator na primeira etapa da temporada 2010 da Stock Car. E, assim como os pilotos famosos na vida real, ele tinha um carro e um box cercados de fãs, curiosos e jornalistas no Autódromo Internacional José Carlos Pace, em Interlagos, São Paulo.

Também sob o comando do diretor-geral Luiz Henrique Rios, esta ação exigiu muito trabalho e contou com uma equipe de 300 pessoas, incluindo figurantes. "Estivemos ao longo do ano passado em várias etapas do campeonato da Stock Car fazendo pesquisa e também promovemos inúmeras reuniões entre nossas equipes e os organizadores do evento. Nosso esforço foi construir uma narrativa menos descritiva e mais envolvente das corridas que vemos em transmissões esportivas. Buscamos o ponto de vista do personagem, a emoção por dentro da ação. E, para obter este resultado, utilizamos nove câmeras, três micro-câmeras, duas gruas e um helicóptero. A ideia foi a de buscar a velocidade e aquilo que a TV ainda não mostrou", revela Rios.

No campeonato de ciclismo, a emoção não foi diferente. Só que, em vez de gravar em um evento que já fazia parte do calendário esportivo, foi desenvolvido um torneio especialmente para as gravações da novela – a Copa Brasil de Ciclismo. O diferencial não parou por aí: o ator Kayky Britto, que vive o ciclista Sinval, participou da competição na categoria amador e ainda pôde comemorar a classificação de sua equipe, que chegou em sexto lugar, no domingo, dia 11 de abril, no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. “Creio que alcançamos um grau de veracidade diferente, misturando o real e a ficção, numa linguagem mais realista, e com isso demos caráter de verdade às nossas personagens. Espero que o púbico sinta a diferença”,  relata o diretor-geral da novela Luiz Henrique Rios. 

As gravações na Copa Brasil de Ciclismo também contaram com a atuação de Cauã Reymond, que interpreta Danilo, um campeão na modalidade, de Marcello Antony, o piloto Gerson, e de Gabriel Wainer, o Chulepa, amigo da família. Os três participaram como integrantes da Gouveia, nome da equipe de ciclismo da novela.

Para as cenas, além dos 64 participantes da competição, a equipe mobilizou 120 pessoas, entre elas 53 figurantes. Foram utilizadas sete câmeras na pista, uma em uma moto, uma no helicóptero e duas na área de revezamento.

Preparação dos atores
                                                              
Para a composição dos personagens de ‘Passione’, alguns atores se guiaram pelo texto para buscar informações e inspiração em diversos universos. Cauã Reymond, Kayky Britto e Gabriel Wainer, atores que, na trama, integram o time de ciclistas da Metalúrgica Gouveia, tiveram que, literalmente, suar a camisa em aulas de ciclismo.
Marcello Antony, outro que viverá no universo esportivo do folhetim de Silvio de Abreu, além de ter aulas de Stock Car, tirou licença para poder dirigir nesta categoria. Já Carolina Dieckmann, que, na pele da estudante de pós-graduação em Jornalismo Diana, fará matérias sobre esses esportes, optou pelos bastidores deste cenário e acompanhou um dia da rotina das equipes do Globo Esporte.

Para Mayana Moura, que viverá a estilista Melina, a inspiração veio do mundo da moda. A atriz, além de ter ido ao São Paulo Fashion Week, fez laboratório com a estilista Glória Coelho. Foi, porém, no clássico “E o vento levou” que Mayana buscou elementos para compor a paixão que Melina sente por Mauro, personagem de Rodrigo Lombardi.

Os filmes também trouxeram contribuições importantes para os personagens de Mariana Ximenes e Reynaldo Gianecchini. Seguindo a sugestão de Silvio de Abreu, Ximenes assistiu a filmes de Betty Davis e Brigitte Bardot para a vilã Clara. Já Gianecchini partiu de “Os Imorais”, passando por “Gigolô Americano”, e foi até os clássicos de Hitchcock para interpretar o mau caráter Fred.

O núcleo italiano, composto por Tony Ramos, Aracy Balabanian, Leandra Leal, Daniel de Oliveira, Germano Pereira, Miguel Roncato, Marcelo Medici e Emiliano Queiroz, para parlar o italiano de ‘Passione’, além de inúmeras leituras de texto, teve aulas com a professora da USP Cecília Casini. Os atores que viverão os membros da família Mattoli ainda passaram um período no sítio do ator Marcos Palmeira para aprender um pouco das tarefas diárias do meio rural, que incluiu de ordenha ao plantio de verduras. Os filmes italianos também foram lembrados por Germano Pereira e Miguel Roncato, que elegeram obras de diretores como Fellini para ajudar na composição de seus personagens.

Figurino

As figurinistas Gogóia Sampaio e Rô Gonçalves usaram a observação como ponto de partida para o desenvolvimento de todo o figurino de ‘Passione’.

Para compor o figurino do núcleo italiano, a inspiração veio diretamente da Toscana. “Baseamos nossas pesquisas sobre o núcleo da Itália na observação do povo da região e nas referências que o Silvio e a Denise nos passaram. Os Mattoli são modernos como são os italianos da Toscana, que têm uma alma elegante e muito estilo, até quando estão trabalhando no campo”, explica Gogóia. Por terem iniciado as gravações na Itália ainda no inverno, a diferença das estações de um país para o outro foi um fator que dificultou um pouco o trabalho de composição deste núcleo. “Foi difícil montar o guarda-roupa dos personagens da Itália porque, quando começamos a produzir, estávamos no verão do Brasil, ou seja, uma estação oposta a que encontraríamos na Toscana”, conta a estilista.

No núcleo do ‘rei do lixo’, o fato de Clô ser vaidosa e querer subir na vida, sem ter cultura para isso, está impresso no figurino da personagem de Irene Ravache. “Ela gosta de roupas de marca, mas, às vezes, não sabe adequar a roupa às ocasiões e também exagera nos acessórios. Mas sua preocupação com a aparência estará presente em todos os momentos, até entre quatro paredes, já que ela compra camisolas para estar com o marido”, contam as figurinistas. Já Olavo (Francisco Cuoco), dentro de seu estilo, é um homem elegante, que usa roupas de boa qualidade, com tecidos nobres e bons cortes. O figurino da deslumbrada Jéssica (Gabriela Duarte), enteada de Clô,  é composto por muitos laços e babados e a personagem estará sempre muito arrumada, pois usa como referência as celebridades que aparecem nas revistas.

Ao contrário de Clô, Bete Gouveia (Fernanda Montenegro) é uma mulher tradicional na hora de se vestir e muito prática. Como fica viúva logo no início da novela, usa muitas cores escuras para denotar sua tristeza. Já sua filha, a estilista Melina (Mayana Moura), é requintada, lançando tendências, enquanto os netos, Danilo (Cauã Reymond) e Sinval (Kaiky Britto), traduzem o estilo de vida esportivo nas roupas que usam no dia a dia.

Stela (Maitê Proença), socialmente muito sofisticada, usa vestidos e calças de alfaiataria e esconde seu lado sexy por baixo de capas. Diana (Carolina Dieckmann), por ser uma moça prática  e básica, tem um guarda-roupa composto por muitos jeans e camiseta, além de vestidos leves.

Camaleônico. Este é o termo que pode definir os figurinos de Fred (Reynaldo Gianecchini) e Clara (Mariana Ximenes). Os vilões, que mudam de acordo com as situações e com as pessoas com quem se envolvem, têm peças variadas para se adaptar a tudo. Quando Fred vai para a Itália, por exemplo, se arruma mais para se fingir de rico. Já Clara, quando precisa ou quando quer usar o corpo como arma, coloca roupas mais sensuais.

Nos figurinos do Tatuapé, destaca-se o de Felicia (Larissa Maciel), que possui um guarda-roupa tímido e delicado como ela, onde predominam peças com cores claras e florais miúdos, tudo para que ela não apareça. Já Valentina (Daisy Lúcidi) é o retrato do desmazelo. Ela dispensa o avental para cozinhar, usa roupas desajustadas que não vestem bem e sempre deixa as alças do sutiã aparecendo.

Com duas empresas – a Metalúrgica Gouveia e a Lear (empresa de reciclagem de lixo) -; duas equipes esportivas – Stock Car e ciclismo -; um mercadão; uma vilã que se passa por enfermeira; uma estilista que cria roupas esportivas; e casas onde trabalham alguns funcionários, foi necessário que os profissionais do figurino dessem uma atenção especial para a criação de uniformes. E a solução encontrada para dar conta de tal demanda foi destacar uma pessoa apenas para esta função: “Passione é a novela dos uniformes”, brinca Gogóia.

Caracterização

Quando menos é mais

O naturalismo foi o caminho que a caracterização escolheu seguir em ‘Passione’. Sempre alinhados com o trabalho da equipe de figurino, Carmen Bastos e Marcelo Dias, supervisores de caracterização, contam que os personagens masculinos, por exemplo, não usam pó, nem base.

O núcleo italiano de camponeses, capitaneado por Totó (Tony Ramos) e Gemma (Aracy Balabarian), representa totalmente esse estilo natural. Os personagens não usam maquiagem, mas tem um ar de saúde. “Em nossa pesquisa e trabalho de observação dos camponeses italianos, percebemos que eles são corados, bem cuidados, têm a pele boa, além de não sujarem as mãos, pois costumam usar luvas. Por esse motivo, os atores desse grupo só usam filtro solar e hidratante labial”, explica Carmen.

Na linha “menos é mais” até a perua Clô (Irene Ravache) teve cabelo e maquiagem criados para a tornarem uma mulher possível. “Clô é mais extravagante e a paleta de cores usada na maquiagem vai do laranja ao dourado, mas sem exageros que possam deixar a personagem caricata”, detalha Marcelo. Já a enteada de Clô, Jéssica  (Gabriela Duarte), é uma “patricinha” nascida em berço de ouro e sua maquiagem é marcada por tons de rosa, prata e muito brilho. E Alexandra Richter, que vive Jackie, uma personagem que compete com a da Irene Ravache, por também ser apaixonada por Olavo (Francisco Cuoco), ficou ruiva.

Clássica. Essa palavra define o estilo de Bete (Fernanda Montenegro). Para viver a matriarca, os cabelos da atriz ganharam um corte chanel simétrico e sua maquiagem tem por base a cor marrom.

A vilã Clara (Mariana Ximenez) não tem cara de malvada e sim um ar angelical. Seu visual foi inspirado na personagem Lucy (Liv Tyler) do filme “Beleza Roubada” e é composto por uma maquiagem bem leve e neutra. Os cabelos da atriz  foram repicados e tingidos em diferentes tons de loiro. Os fios foram alongados para marcar bem a dualidade da personagem: quando estiver trabalhando como enfermeira, prenderá as mechas em um rabo de cavalo; fora do trabalho, Clara soltará os cabelos cheios de movimento. “Mas ela não tem nunca ar de femme fatale porque precisa sustentar a aparência de boa moça”, pontua Carmen.

O clássico filme “Bela da Tarde” foi a referência da caracterização de Stela (Maitê Proença), uma mulher rica, vaidosa e elegante, que esconde um lado sensual e exuberante. De sua paleta de cores constam o verde e o grafite, que realçam a cor natural dos olhos da atriz. O cabelo loiro em diferentes tons ganhou um corte na altura dos ombros, com diferentes texturas.

Maquiagem suave e realce nos olhos são as características do make up de Diana (Carolina Dieckmann). Para interpretar a jornalista, a atriz teve seus cabelos alongados, pintados de castanho e cortados em camadas, com uma franja. Sua personagem, uma jovem muito prática, tem uma paleta de cores baseada na cor nude.

Um dos looks mais estudados pela equipe foi o de Melina (Mayana Moura). A estilista recém-chegada de Paris tem um estilo cosmopolita, inspirado nas últimas tendências do mundo da moda. Para chegar ao resultado final, Carmen e Marcelo pesquisaram imagens no blog The Sartorialist, que contém fotos de pessoas fashionistas achadas nas ruas das principais capitais do mundo. A dupla também se baseou nas últimas coleções das semanas de moda internacionais.  A personagem usará muito olho com contorno preto, delineador, cílios postiços e esmaltes em diferentes tons escuros.

No núcleo da CEAGESP Candê (Vera Holtz) tem os cabelos brancos, em corte chanel, sempre bem presos. O estilo dela é muito simples e discreto. Sua amiga Valentina (Daisy Lúcidi), que faz as compras no mercadão de São Paulo,  se destaca pela sobrancelha mal feita, batom borrado, unhas descascadas e cabelo em desalinho para evidenciar a falta de vaidade da personagem. Já Fátima (Bianca Bin), apesar de não ter condições financeiras, faz tudo para estar na moda. Seu corte de cabelo é  moderno e seus esmaltes têm as cores vibrantes que estão fazendo sucesso entre as jovens: verde, amarelo e azul. Irmã de Fátima, Felicia (Larissa Maciel), é o oposto. Por carregar uma amargura e uma tristeza, seus batons têm ‘cor de boca’ opacos, usados com sombras que dão efeito de “olhos tristes”. 

Cenografia

Da Toscana ao Tatuapé  

A equipe de cenografia de ´Passione´ recebeu a missão de trazer a região italiana da Toscana - local em que a família Mattoli vive e onde ocorre parte fundamental da história - para dentro da Central Globo de Produção. O grande desafio foi recriar a atmosfera bucólica do lugar. Para isso, o time formado por 15 profissionais, liderados pelos cenógrafos May Martins e Fernando Schmidt, optou por reunir elementos das comunas (cidades, vilarejos) de San Quirico, San Gimignano, Monteriggioni, Montalcino e Siena. “Nós queríamos representar o microcosmos complexo que é a Toscana e não só pegar uma fatia local e replicar”, explica May.

O resultado do trabalho da equipe, que pesquisou durante seis meses, fez três viagens à Itália e tirou mais de seis mil fotos, foi uma área construída de 1.480 metros quadrados. Essa área é composta por praças, ruas, casas e lojas fictícias tipicamente toscanas. Tendo como cores predominantes o vinho, proveniente das uvas, o verde, das oliveiras, o amarelo, dos girassóis, e os vários tons de terra, a cidade cenográfica tem um estilo rústico. Nas texturas, muita madeira e pedra, assim como nas paisagens originais.

Outro núcleo importante da trama, composto pelas família de Candê (Vera Holtz), tem a CEAGESP (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) como cenário. Uma parte dos maiores centros atacadistas  de hortifrutigranjeiros, carnes, aves e flores do mundo foi reproduzida na cidade cenográfica. A estrutura do espaço, que é um grande galpão, é de ferro e madeira e possui 2.411 metros quadrados. “Colocar a nossa CEAGESP de pé foi trabalhoso porque o espaço original é monumental e tínhamos que reproduzir essa grandiosidade para o telespectador”, afirma Fernando.

Mais uma das construções encontradas na cidade cenográfica é uma versão reduzida do bairro paulista do Tatuapé. Com 2.897 metros quadrados,  ela ambienta parte do núcleo paulistano. O contraste entre as casas com ar de vila, o comércio local e a grande movimentação de transportes e pessoas, típicos de uma metrópole, foi traduzido para o cenário. “Depois de muita pesquisa e observação, acredito que conseguimos trazer os detalhes desse bairro com tantas histórias e particularidades para essa montagem”, observa Fernando.

A última área externa desenvolvida pela cenografia foi o orquidário da casa dos Gouveia, que possui uma extensão de 941 metros quadrados e é preenchido por orquídeas naturais e artificiais.

Saindo da cidade cenográfica, há ainda os 4.000 metros quadrados de cenários produzidos para estúdio, todos alinhados às características do texto de Silvio de Abreu.

A casa dos Gouveia e da matriarca Bete (Fernanda Montenegro) é sofisticada, mas tem um toque de leveza e aconchego trazido pela personalidade carioca da personagem. Já Saulo (Werner Schunemann), seu filho, é um homem ambicioso e arrogante e isso se traduz nos muitos objetos caros e, por vezes, impessoais da decoração, além das cores escuras predominantes. Alguns ambientes, como o spa, têm mais a ver com Stela (Maitê Proença), sua mulher. Eles são mais elegantes e têm um estilo clean. A decoração da Gouveia, empresa metalúrgica da família, é moderna, com bastante alumínio, e tem como base as cores carbono e branco e móveis de madeira escura. O destaque é uma escultura produzida com aros de bicicleta pela própria equipe de cenografia.

A mansão de Olavo (Francisco Cuoco) e Clô (Irene Ravache) reflete o jeito perua da dona da casa. Cores alegres, muita extravagância e ostentação. Já a empresa do rei do lixo reproduz sua preocupação ambiental. A decoração é composta por móveis que remetem à madeira certificada, pouco plástico e muitos acessórios feitos de material reciclado.

A casa de Candê (Vera Holtz) no Tatuapé é simples, aconchegante e alegre como a personagem, que é uma mulher forte e protetora. O apartamento de Diana (Carolina Dieckmann) e de sua amiga Cris (Gabriela Carneiro da Cunha ) é bem colorido, meio bagunçado e com acessórios de design original.

Produção de Arte
                                                        
Muitas fotos e 12 livros sobre a Toscana foram as referências utilizadas por Ana Maria Magalhães e sua equipe para compor o ambiente do núcleo italiano. Para garantir o clima da região, algumas peças foram minuciosamente escolhidas na Itália e trazidas para o Brasil, como as cerâmicas e os arlequins, artigos de decoração típicos do país; as revistas de Firenze que serão reproduzidas com capas criadas pela produção de arte; e uma santa – uma Madonna - que fará parte do cenário da igreja. Os pequenos carros, também muito utilizados pelos italianos nas ruas e, na trama, pela família de Totó (Tony Ramos), também tiveram que ser arrumados, assim como a bicicleta motorizada utilizada pelos carteiros e, consequentemente, por Mimi, interpretado por Marcelo Medici no folhetim. Para este personagem, aliás, a produção de arte teve um cuidado especial com as cartas que ele guarda embaixo do colchão. Todas produzidas pela equipe, elas foram escritas uma a uma e depois envelhecidas. Os quadros da restauradora Agostina (Leandra Leal) também foram feitos na Central Globo de Produção. Mas a criatividade e a preocupação com o acabamento dos itens do cenário do núcleo italiano não pararam por aí. Como o inverno não é uma estação de colheita, foi necessário arrumar uma solução para compor o cenário do sítio dos Mattoli. “Como não estava na época da plantação, tive que mandar fazer quatro mil azeitonas cenográficas”, revela Ana.

Para a CEAGESP, a produtora de arte teve que mandar fazer 400 caixotes de verduras e legumes cenográficos como alface, couve, berinjela, chicória e agrião, 80 sacos de milho, além de 20 carrinhos.

O trabalho foi árduo também para dar vida ao universo esportivo de ‘Passione’. Foram criados mais de 50 nomes fictícios para as faixas que normalmente aparecem nas competições esportivas. Por ser uma empresa que produz bicicletas e patrocina Gerson (Marcello Antony) na Stock Car e Danilo (Cauã Reymond) e Sinval (Kayky Britto) no ciclismo, a produção de arte criou uma logomarca para a Metalúrgica Gouveia que remete a uma roda de bicicleta.

Outro núcleo que mereceu destaque no trabalho da produção de arte foi o do rei do lixo. Na casa do empresário poderão ser encontradas peças engraçadas de louça e muitos artigos de onça, desde malas até roupas de cama. “Tudo o que a gente vê de over, nós separamos ou compramos para este núcleo”, conta Ana. Já na Lear, a cultura da empresa, ou seja, a reciclagem, foi bem representada pela equipe nos artigos – papéis e pastas - usados no dia a dia do escritório.
  
Efeitos visuais e especiais

As equipes de efeitos visuais, liderada por Chico Lima e Toni Cid, vêm trabalhando muito para ajudar a contar a história de ‘Passione’ da forma mais emocionante e realista possível. 

Como o personagem Gerson (Marcello Antony) é piloto de Stock Car, estão sendo desenvolvidas soluções digitais para tornar a experiência da corrida mais dinâmica para o telespectador, com movimentos de câmera impossíveis de serem captados realmente.

Para isso, foram criados carros virtuais que são inseridos em cenas reais. Além do carro 3D, também está sendo utilizada a técnica de car replacement, pela qual se detecta o movimento de um carro real, revestindo-o digitalmente com uma carroceria virtual. A construção de uma versão digital do autódromo de Interlagos completa esse trabalho que, para ser desenvolvido, exigiu que a equipe tirasse mais de seis mil fotografias.

 “O nosso maior desafio é conseguir soluções digitais de forma rápida como requer o ritmo de uma novela. Tudo isso sem perder o padrão de qualidade”, explica Chico. 

O trabalho da equipe de efeitos visuais também poderá ser conferido nas cenas da CEAGESP e do Tatuapé, nas quais serão usados recursos de computação gráfica para inserir imagens reais em áreas pré-definidas dos cenários, dando a eles maior profundidade e movimentação.

O produtor de efeitos especiais Gilson Ferreira explica que está trabalhando em parceria com a equipe de efeitos visuais para ajudá-los a encontrar soluções de posicionamento de câmera para a captação de planos ousados da Stock Car e das competições de ciclismo, com inspiração no filme inglês “O Escocês Voador”.

Entrevista com o autor Silvio de Abreu

O autor, que já foi ator, diretor e também cenógrafo, retorna ao horário nobre com ‘Passione’, sua 14ª novela, e reedita uma parceria bem sucedida com a diretora de núcleo Denise Saraceni. Em seu novo folhetim, ele trabalha com os colaboradores Daniel Ortiz, Sérgio Marques e Vinícius Viana, com a pesquisadora Carmem Riguetto e a professora de italiano da USP Cecília Casini. 

Silvio de Abreu começou a carreira estudando na primeira turma de cenografia da Escola de Artes Dramáticas de São Paulo, onde terminou o curso sem nunca ter exercido a profissão. Para ele, a Escola foi apenas subsídio para realizar um desejo antigo: ser ator. Na época, ele se considerava tímido para subir ao palco. Com o tempo adquiriu conhecimento e experiência e ganhou coragem para fazer um teste como ator para seu primeiro papel no teatro. Estreou em 1964, no Teatro Brasileiro de Comédia, na peça "Vereda da Salvação", dirigida por Antunes Filho. Em 1966, embarcou para Nova York e foi estudar no Actor’s Studio. Durante esse ano, teve aulas com  grandes nomes do cinema internacional, como Lee Strasberg e Elia Kazan. 

Após oito anos, oito novelas e atuando nos palcos ao lado de ícones da dramaturgia nacional, como Fernanda Montenegro, Raul Cortez, Cleide Yáconis e Aracy Balabanian, Silvio de Abreu descobriu o fascínio pelos bastidores e começou a trabalhar como assistente de direção. Nesta época, ao lado dos atores Stenio Garcia, Cleide Yáconis e do diretor Antonio Abujamra, de quem era assistente de direção, criou uma companhia de teatro. E foi trabalhando como assistente de direção de Carlos Manga, mestre do cinema nacional, que recebeu o primeiro incentivo para se dedicar a escrever roteiros. 

Na década de 70, escreveu e dirigiu vários filmes, incluindo "Assim era Atlântida", ao lado de Carlos Manga, e algumas pornochanchadas. Em 1977, convidado para fazer uma novela na TV Tupi, Silvio de Abreu escreveu Éramos Seis. No ano seguinte, já na TV Globo, lançou Pecado Rasgado, e, em 1978, trabalhou na finalização de Plumas e Paetês, de Cassiano Gabus Mendes, e Jogo da Vida, em 1981. Dois anos depois, em 1983,  inovou sobrepondo o humor ao drama em Guerra dos Sexos - um grande sucesso que abriu espaço para a comédia no horário das 19h. O mesmo gênero prevaleceu em Vereda Tropical, escrita com Carlos Lombardi e exibida em 1984, em Cambalacho, em 1987, e emSassaricando, em 1987. Também foi autor de Rainha da Sucata, lançada em 1990; Deus Nos Acuda, em 1992; A Próxima Vítima, em 1995; Torre de Babel, em 1998;  A Incrível Batalha das Filhas da Mãe no Jardim do Éden,  em 2001; e Belíssima, em 2005.

Silvio de Abreu escreveu ainda a minissérie Boca do Lixo, exibida em 1995, e supervisionou, em 1997, O Amor está no Ar; em 1998, o remake de Anjo Mau; em 2003, Da Cor do Pecado; e, em 2008, Beleza Pura.

Como você definiria a trama de ‘Passione’?
Silvio de Abreu: Não é uma novela que está focada em uma idéia pré-estabelecida, como em ‘Belíssima’ que falava sobre beleza; ou ‘Guerra dos Sexos’, onde o tema era a briga dos sexos; ou ainda em ‘Sassaricando’, que o assunto eram as mulheres de mais de 50 anos no mercado de trabalho; ou em ‘Cambalacho’, que era a falta de vergonha do país. ‘Passione’ é uma novela que tem segredos que, conforme vão sendo revelados, o curso da história vai mudando.

Por que o nome ‘Passione’?
Silvio de Abreu: Vem da relação de Totó (Tony Ramos) com Clara (Mariana Ximenes), uma grandepassione. Mas também vem do fato de ter inspiração italiana. Mas a novela não tem uma paixão só, tem várias paixões.

O que o público pode esperar da novela?
Silvio de Abreu: Divertimento! Estou querendo fazer com que o público tenha prazer de esperar a hora da novela e a assista, não por curiosidade sobre o que vai acontecer, apesar deste sentimento ser despertado também, mas, principalmente, pelo prazer de assistir àquela cena, de ver os atores representarem e pelo prazer de acompanhar a história. O que importa é você ser testemunha daquelas cenas porque a novela é dividida em duas fases: na primeira, o público vai conhecer os personagens, suas razões, as tramas amorosas, as vilanias e tudo o mais. E, na segunda parte, que não sei exatamente em que capítulo começará, a novela terá um cunho policial. Ou seja, tudo aquilo que as pessoas estavam assistindo, elas poderão ver de outra maneira. Poderão constatar que o que estava acontecendo não era tão espontâneo, nem tão determinado pelo destino como parecia. Tem uma trama policial por trás, a qual será levada até o fim da novela. A narrativa está mais próxima de um thriller do que de um melodrama. Acontece muita coisa ao mesmo tempo em muitos lugares com muitas pessoas.

De onde vem a inspiração para ‘Passione’? E por que a Itália, mais precisamente, a Toscana, como locação?
Silvio de Abreu: ‘Passione’ vem da paixão por um período específico do cinema italiano que eu adoro. A comédia e o melodrama italianos dos anos 40, 50 e 60, juntos, eram humanos, cômicos, verdadeiros e absolutamente irresistíveis. Durante minha juventude tive o privilégio de acompanhar o auge desse cinema. Vittório de Sica, Mario Monicelli, Fellini, Visconti, enfim, os grandes diretores italianos, e os mais populares como Steno; os atores como Totó, Aldo Fabrizi, Alberto Sordi, Marcello Mastroianni, Sophia Loren, Gina Lolobrigida... Tudo isso formava um mundo muito fascinante. E a Itália, para mim, era um país cativante, mágico, ensolarado, divertido, para onde eu sonhava ir. Assistia a esses filmes com enorme prazer. Claro também que essa paixão pela Itália, pelo cinema e povo italianos, vem muita da minha origem. Apesar do Abreu, que é o sobrenome do meu pai, todo o resto da família, por parte da minha mãe, é de italianos - Mestieri e Ferreto, como eram os nomes dos personagens de ‘A Próxima Vítima’. Já a Toscana, particularmente, me interessa muito como paisagem e como núcleo humano e popular.

Como foi a criação do núcleo italiano?
Silvio de Abreu: Por um lado não poderia escrever em italiano porque o nosso público no Brasil não entenderia, mas também não queria escrever em português como se fosse italiano porque perderia o que há de melhor na Itália - a música de sua língua e o espírito. Então, criamos uma maneira para alcançar o que queríamos: primeiro escrevi os diálogos da família italiana em italiano. Em seguida, eles passaram pela consultoria da Cecília Casini, professora da USP, assim como o ensaio com os atores. Depois, junto com ela, mudei o texto. Tirei as palavras que tinham outro significado no Brasil (por exemplo, ‘prego’ que lá quer dizer ‘por favor’, aqui quer dizer ‘prego’) para não confundir a cabeça do público. Depois que os atores pegaram a música da fala e  incorporaram o espírito italiano, substituímos muitas palavras por sinônimos que tivessem o mesmo sentido no Brasil. Em vez de você dizer ‘prego’, por exemplo, você diz ‘per favore’, que quer dizer a mesma coisa. Sei que isso vai fazer com que os puristas achem que não estamos sendo fiéis, mas o que interessa é o espírito da novela. Não vou deixar de usar a música napolitana ou elementos interessantes de Roma por que estamos na Toscana. A família Mattoli é da Toscana, mas é uma família que mistura romano com toscano, com napolitano.

‘Passione’ é um folhetim, tradicional, onde o mau é o mau e a mocinha é a mocinha, ou vamos ter algumas surpresas em relação a alguns personagens?
Silvio de Abreu: É uma novela inteira, mas contada em duas partes. Os personagens são inteiros, multidimensionais, têm justificativas claras em seu comportamento. Não são caricaturas ou “tipos” que representam este ou aquele valor moral para servir à trama. O bom tem justificativa para ser bom e o mau tem justificativa para ser mau. Mas isso não impede de a novela ter uma linha clara entre o bem e o mal, sem ser maniqueísta. Quem é bandido é bandido, quem é mocinho é mocinho. Mas a bandida tem um lado que pode fazer você gostar dela.

Na trama, Carolina Dieckmann é a mocinha da estória, mas ela já inicia a novela ficando com dois amigos. Pode-se dizer que ela é uma mocinha moderna?
Silvio de Abreu: Não temos a mocinha tradicional, mas ela tem todas as características da mocinha - é bom caráter, boa filha, mas não é boba. Ela não é uma super heroína que fica na torre com as tranças esperando o mocinho subir. Ela se mete na vida e quebra a cara. O mesmo acontece com o Mauro, personagem do Rodrigo Lombardi. Ele tem todas as características do herói, apesar de não ser, no começo, o alvo da paixão da mocinha. Ele é bom, amigo, honesto, mas não fica com medo de falar, não é idiota. Ele fala tudo na cara.

Há duas modalidades esportivas em ‘Passione’ – ciclismo e stock car – sendo que o ciclismo é a base da empresa da trama. Eles serão peças importantes na trama?
Silvio de Abreu: O ciclismo, principalmente. Não só por ser a base da empresa deles, mas também pelos personagens do Cauã Reymond e do Kayky Britto serem ciclistas. Existe ali uma rivalidade, uma competição entre os dois, que vai para a pista. Acho isso, dramaticamente, muito interessante. Em vez de fazer uma competição dos irmãos só dentro de uma sala conversando, eles vão para a pista. O fato de ser uma fábrica de bicicleta também vem muito de querer passar uma ideia que se junta a da reciclagem do lixo, que é a da preocupação com o meio ambiente: usar a bicicleta em vez de carro. Mas tanto o lixo, quanto o ciclismo e o stock car, não são o âmago da novela. Eles são ambientes aonde a novela vai se passar e que dão para a novela características bastante lúdicas, deixando a história mais ágil e melhor como narrativa.

Como a comédia estará representada na trama?
Silvio de Abreu: No núcleo do rei do lixo, que é muito divertido. Este núcleo é de comédia mesmo. Já o núcleo dos italianos é melodramático, mas eles são divertidos em si. É um núcleo com o qual o público vai poder dar muita risada pelo jeito que eles são, por suas atitudes. É um humor diferente do núcleo da Clô (Irene Ravache) e do Olavo (Francisco Cuoco). A tragicomédia é a marca mais forte do cinema italiano. Você ri e, ao mesmo tempo, chora. É isso que estou tentando fazer no núcleo deles. O pessoal do mercado também, mais precisamente Candê, personagem de Vera Holtz, apesar de ter um drama, o jeito dela de ser, de encarar as coisas, como ela faz, é divertido.

Num folhetim, normalmente, o amor verdadeiro não pode faltar. Em ‘Passione’ haverá espaço para o amor puro e sincero?
Silvio de Abreu: Diana (Carolina Dieckmann) e Mauro (Rodrigo Lombardi) são o mocinho e a mocinha, sem dúvida. Amor puro e sincero. Outra história forte de amor é a do Totó (Tony Ramos) por Clara (Mariana Ximenes), mas aí tem a vilania dela em cima dele. E na relação de Fred (Reynaldo Gianecchini) com Clara não tem amor, só atração. Um não confia no outro e ambos se usam de todas as maneiras.

Em ‘Passione’ haverá espaço também para discutir problemáticas sociais?
Silvio de Abreu: Não há como fazer uma novela, onde você mostra pessoas dentro de uma sociedade sem discutir e mostrar os tabus e os problemas dessa sociedade. Sem isso não tem sobre o que escrever. Contudo, quando se força uma história em cima de um tema, você não está fazendo um produto só de entretenimento, mas um produto engajado. Essa novela não é engajada. Mas tem uma idéia clara de crítica social, principalmente, do que está acontecendo em relação à falta de ética, princípios morais e sobre toda essa mudança que estamos vendo e que senti muito quando fiz ‘Belíssima’ - quando o público preferia os personagens mau caráter aos personagens de bom caráter. Isso mudou muito a minha visão em relação ao país em que estamos vivendo. Então, nessa novela, não é que eu esteja querendo resgatar esses princípios morais, mas, sim, expor ao público como estamos vivendo. Aquela velha história de levar vantagem em tudo está mais presente na nossa sociedade do que nunca. E isso estará muito presente em ‘Passione’. Meu intuito, porém, não é o de criar polêmica, nem de dizer que sou contra ou a favor de determinado tema. Eu quero expor. Dou a razão aos personagens para tomar aquela atitude e o público conclui se concorda ou não. Estou fazendo a novela como penso e vejo a sociedade e como quero mostrá-la para o público. É uma visão pessoal. Agora, isso vai contribuir com alguma coisa? Espero que sim. Apesar de achar que uma novela não tem o poder de modificar a cabeça das pessoas. Novela é para entreter, ser interessante. Se gostasse de realidade, teria feito jornalismo. Não fiz jornalismo. Trabalho com ficção.

A máfia também será tema em ‘Passione’?
Silvio de Abreu: Não. Totó, personagem de Tony Ramos, faz um negócio com um personagem que ele não sabe que é mafioso e isso terá uma consequência futura para ele, mas só isso. Ele não se envolve com a máfia.

Você tem um ótimo elenco. Quem são os protagonistas de ‘Passione’?
Silvio de Abreu: A novela não tem um protagonista. Eu diria que a novela tem um eixo, que é Bete, a personagem da Fernanda Montenegro. Dela saem todas as histórias. Não é uma novela que tem uma história e um protagonista. A novela tem personagens fortes para todo mundo que está na novela.

Há alguma aposta para ‘Passione’?
Silvio de Abreu: Temos a Mayana Moura num papel excelente, forte; o Germano Pereira, que fez excelentes trabalhos em São Paulo; a Bianca Bin, que veio de ‘Malhação’ e tem um papel muito forte; Miguel Roncato que faz o Alfredo, e a Carol Macedo. É a primeira novela de Larissa Maciel; temos também Gabriela Duarte e Bruno Gagliasso que nunca fizeram comédia; e Mariana Ximenes e Reynaldo Gianecchini fazendo vilões pela primeira vez.

É a primeira vez que Mariana Ximenes viverá uma vilã. Uma atriz de rosto angelical, mas que é pura maldade. O que o público pode esperar dessa personagem?
Silvio de Abreu: Clara, a personagem de Mariana, é uma sobrevivente. Ela se vira, é amoral, teve uma formação péssima. Para conseguir o que ela quer, faz qualquer negócio.  Ela pisa em quem tiver que pisar e usa quem tiver que usar. Ela quer sobreviver.

Como é sua rotina de trabalho?
Silvio de Abreu: Acordo todo dia às seis e meia da manhã, tomo café e sento para escrever. Paro para almoço, converso um pouco com a família e depois volto a escrever até acabar o capítulo. Às vezes fico até dez horas da noite, uma hora da manhã... Tenho que acabar de escrever o capítulo.

Você trabalha com um grupo de colaboradores. Quem são eles?
Silvio de Abreu: Minha equipe é o Daniel Ortiz, que é um jovem autor, de 37 anos, que já escreveu muita novela na Televisa, e é a primeira vez que está trabalhando no Brasil. Vinícius Viana e Sérgio Marques, com quem já trabalhei em ‘Belíssima’; a pesquisadora Carmen Righetto e, especificamente em ‘Passione’, a professora Cecília Casini.

Como é trabalhar com Denise? E como se dá o processo de trabalho entre vocês?
Silvio de Abreu: A Denise tem um cuidado especial com as coisas, não só com colocação de câmera, mas com condução de atores. Os personagens são muito claros  porque a gente discute muito antes de fazer. Já estou fazendo ‘Passione’ com a Denise há mais de um ano. Gosto de fazer junto com ela porque, na verdade, é ela quem vai colocar o produto no ar. Não adianta nada ter um texto maravilhoso se não tiver uma pessoa para dirigir direito e um ator para representar. A única maneira de se ter um produto bacana é trabalhando em conjunto. E se respeitar e se admirar; porque o que me mantém trabalhando com a Denise, com um prazer enorme, é exatamente o respeito e a admiração que a gente tem um pelo outro. A gente combina em tudo. Acho que a novela tem um pai e uma mãe. Eu sou o pai, a Denise é a mãe.

Entrevista com a diretora de núcleo Denise Saraceni

Denise Saraceni já trabalhou em 15 novelas – sendo ‘Passione’ a 16ª -, nove minisséries e 17 episódios de séries e casos especiais. Primeira mulher a se tornar diretora de núcleo da TV Globo – e, por enquanto, a única –, sua estréia na emissora foi como assistente de produção do seriado Malu Mulher, de 1979. O último trabalho foi como diretora de núcleo do especial ‘Dó Ré Mi Fábrica’, em 2009. Entre os prêmios conquistados pela diretora estão o “Grande Prêmio da Crítica de TV”, dado pela APCA à minissérie A Muralha; o APCA de “Melhor Diretora” pela minissérie Engraçadinha; e o Prêmio Coral Negro de Melhor Vídeo no Festival de Cinema e Vídeo de Havana, pela minissérie O Tempo e o Vento, de 1985, quando fez seu primeiro trabalho com Paulo José. A diretora concorreu também com ‘O Natal do Menino Imperador’ ao Emmy International de 2009 na categoria Infantil.

Como ‘Passione’ pode ser definida aos olhos da direção?
Denise Saraceni: ‘Passione’ exige um olhar preciso e profundo. Há os movimentos apaixonados de cada personagem por qualquer coisa - da ação à paisagem. A imagem está concebida na força que a dramaturgia exige. ‘Passione’ é uma história para ser contada por dentro dos personagens. A preocupação é absolutamente voltada para o desenho emocional, dramaturgia pura. Como disse bem o Silvio, é uma junção da comédia, do drama, do romântico e do suspense. E a câmera, a imagem, perseguirá a emoção que todas essas linguagens desafiam.


E por que a Toscana para as gravações com o núcleo italiano? Como foi a escolha das locações na Itália?
Denise Saraceni: A Toscana está na criação do autor, era um desejo do Silvio. Quando ele me telefonou perguntando o que eu achava, imediatamente senti o coração acelerar. Fui à casa de uma pesquisadora amiga que morou na Toscana e que, atualmente, mora na Lagoa. Ela me mostrou dezenas de livros, álbuns familiares da vida de lá, que me deram o insight de que não devíamos fazer uma Itália turística, e sim com vidas enraizadas. Encomendei uma pesquisa desse universo da arte, vida e agricultura, já que nossos personagens da Itália são voltados para o trabalho da terra. Depois, fiz com o Silvio uma viagem de conceituação da novela pela Toscana, durante a qual, ao visitar as locações, ele chegou a escrever na cabeça suas cenas.

Ter um núcleo italiano que realmente vive na Itália é um desafio para a direção?
Denise Saraceni: É, em todos os sentidos. Direção e produção. É preciso ter um planejamento rigoroso e um autor que jogue com a produção e a direção o tempo todo, que é o caso do Silvio. Além disso, no Brasil, há um registro, um estereótipo, da Itália muito forte. Muitos programas, muitos filmes, muitos personagens italianos... E, na maioria das vezes, tratamos essa Itália como comédia. Em uma produção grande como uma novela, existe o risco de trazer esse registro estereotipado que o Brasil tem da Itália. Mas em ‘Passione’ nós estamos em uma região em que o povo é introspectivo. Então, para obter o resultado que a gente queria, tivemos que apagar da gente essa ideia pré-estabelecida e fazer um trabalho de construção desta Itália verdadeira que encontramos, com o respeito ao rústico, ao que é realmente da paixão do personagem.

A novela também terá uma cidade cenográfica da Toscana na Central Globo de Produção.
Denise Saraceni: Sim. Temos uma cidade cenográfica que acompanha a história e que inclui muito do que gravamos na Itália. Gravamos também muitos stock shots das mudanças de estação, que é algo fascinante na Toscana, e que teremos o tempo todo na novela. O tempo passando realmente... Vamos tentar manter essa Itália em movimento na novela.

A novela vai se passar também em São Paulo. Como foi a escolha das locações na cidade? E que São Paulo você vai mostrar em ‘Passione’?
Denise Saraceni: Vamos mostrar uma São Paulo moderna. São Paulo sempre esteve linda em meus trabalhos. Forte, apaixonada. É uma cidade inspiradora, onde plantei raízes fortes.

Isso significa que as câmeras serão mais ágeis nas gravações em São Paulo?
Denise Saraceni: Não. A agilidade será dada pela urgência da história, na edição e na marcação dos atores. O Silvio nos conta agilmente a história. Difícil é colocar tudo com verdade no tempo dramatúrgico. As câmeras, portanto, se adaptarão em função de cada situação. Na CEAGESP, por exemplo, tivemos cenas em que a própria personagem dava o ritmo. A câmera estava lá contando a sua narrativa. Neste caso, a ideia é interferir o menos possível. O nosso exercício – meu, do Luiz, do Carlos e dos meus queridos diretores Allan e Natália - é esconder “o diretor”. Não tem o diretor, mas sim um telespectador que está em comunicação direta. O público entrará nas cenas, quase participando ativamente da história. Para isso, nós temos de fazer um exercício também na nossa personalidade, para poder deixar o personagem acontecer. Claro que a câmera é mágica por causa disso. O nosso olhar vai criando situações que vão favorecer este resultado. Devemos procurar ser minimalistas. Não atrapalhar, deixar fluir. E foi isso que aprendi com os melhores diretores do mundo – os italianos.

Como será reproduzida a CEAGESP na cidade cenográfica?
Denise Saraceni: Usando a tecnologia. A arquitetura vai construir um vão da CEAGESP e as colunas serão produzidas em arte. A perspectiva, a continuidade da CEAGESP, será reproduzida em back lot. E, nos planos próximos, vamos procurar reproduzir o que é mais difícil: a verdade. Gravamos muito com as pessoas de verdade, os vendedores e a concentração deles.
  
‘Passione’ terá também muitas cenas de esporte...
Denise Saraceni: Sim. Muita ação! Gravamos praticamente ao vivo na corrida de Stock Car e na Copa de Ciclismo. São projetos muito difíceis e delicados dentro de uma novela. Na Toscana, por exemplo, as dificuldades estão focadas na fotografia e no ator. Nas corridas de carro e bicicleta, há o ineditismo. Por isso, o projeto, que chamo de sociedade com o jornalismo-esporte, está sendo maravilhoso. A equipe de jornalismo está dando essa retaguarda, esse conhecimento de como se grava e se produz eventos deste tipo.

E como será a trilha sonora?
Denise Saraceni: Demos prioridade à parte italiana.  Comprei mais de 100 discos na Itália e trouxe para o Brasil. Já ouvimos e selecionamos algumas coisas. Por isso esta parte da Itália está mais desenvolvida. Já a parte brasileira está mais difícil. Dei algumas sugestões e o Silvio deu outras. Assim como em ‘Belíssima’, as músicas não servirão apenas para ilustrar a personagem, o que exige mais pesquisas e experimento. Temos que ousar nessa área fundamental. Não há como imprimir uma personalidade visual a uma história sem que a música acompanhe isso. Pedi ao nosso produtor musical Sergio Saraceni uma trilha grandiosa. Emoção da orquestra. Ao diretor musical Mariozinho Rocha, força, vigor, a dramaturgia também na música popular brasileira. Está ficando lindo! Grandes surpresas.

Além de nomes como Tony Ramos, Fernanda Montenegro, Aracy Balabanian, parece que a novela tem mais um personagem importante, a F-35!
Denise Saraceni: A F-35 é uma realização. Agora, sim, o cinema chegou à televisão. Estamos gravando com a câmera verdadeiramente feita, inventada, criada para dramaturgia. É uma câmera muito mais sensível, que lê tudo, lê sua alma!

Você é uma diretora muito atenta à preparação dos atores. Quando começou este trabalho?
Denise Saraceni: Faço essa preparação anterior porque tenho que estar focada na velocidade da gravação para não inviabilizar o processo da câmera de cinema. Se deixar para fazer tudo na hora, vai levar muito tempo. Então, onde ganho? Na preparação. Sento com os atores, preparo as cenas e damos unidade às interpretações – atores e diretores focam objetivos. Quando chegamos ao set, o ator, que está estreando um personagem, já está tranquilo. Otimizo o tempo, crio a verdade neles para que já se sintam dentro do seu universo, e não em um corpo e lugar estranhos. Faço leituras de texto e ensaio. Em alguns casos, jogo em laboratórios sensitivos com Rossela Terranova. Começamos em novembro. Na Itália, teve cena que cheguei a marcar no chão do hotel.

Como é trabalhar com o Silvio de Abreu?
Denise Saraceni: Outro dia estava falando com o Silvo que estamos sempre em sintonia. Penso em alguma coisa e, quando percebo, ele está falando o que pensei e vice-versa. Isso é muito bom. Essa intimidade artística, de conceitos, de ver o humano, enriquece demais o processo.  Além disso, o Silvio acompanha e se entusiasma com o que a gente apresenta para ele. Toda essa troca é muito importante. Como fiquei feliz na Itália de ver que estava conseguindo fazer exatamente como o Silvio imaginou... Toda hora tinha vontade de ligar para ele para falar sobre as gravações.  Era emocionante e muito gostoso porque ele me estimulava do Brasil e eu o incentivava da Itália. Realmente, a novela tem um pai e uma mãe, mas o Silvio é o dono absoluto da história e ele merece o respeito não só por ‘Passione’, mas por toda uma vivência. Graças a Deus a gente se cruzou e tomara que a gente continue aí por muito tempo.

E o que você destacaria mais no trabalho de direção?
Denise Saraceni: Meus diretores – Carlos Araújo, Luiz Henrique Rios, Allan Fiterman, Natalia Grimberg e André Câmara. Está sendo muito enriquecedor nos reencontrarmos mais maduros. Todos foram meus assistentes. Todos já trilhamos estradas tortuosas e, outras, prazerosas. Nas prazerosas, estivemos sempre juntos. Por isso, conseguimos criar uma unidade e um respeito profissionais muito grandes. Allan, Natália e André também estão dando um show.

Perfil dos personagens
FAMÍLIA GOUVEIA

A matriarca

Bete Gouveia (Fernanda Montenegro) – Uma mulher rica, elegante, de ótimo caráter, justa, boa mãe e esposa. Uma matriarca de fibra, firme e decidida que, depois de viúva, para defender as empresas e manter a família unida, toma as rédeas de uma indústria na qual tinha deixado de atuar por mais de 40 anos. É mãe de Saulo (Werner Schunemman), Gerson (Marcello Antony) e Melina (Mayana Moura).

O marido

Eugênio Gouveia (Mauro Mendonça – participação especial) – Marido de Bete (Fernanda Montenegro) e pai de Saulo (Werner Schunemman), Gerson (Marcello Antony) e Melina (Mayana Moura). Presidente da Metalúrgica Gouveia, antes de morrer, revela um segredo à esposa que dá início à trama.

O primogênito e família

Saulo Gouveia (Werner Schunemman) – Primogênito de Bete (Fernanda Montenegro), Saulo é diretor da Metalúrgica Gouveia. Medíocre, invejoso e articulador, seu maior desejo é a presidência da indústria que lhe foi negada na morte do pai. É casado com Stela (Maitê Proença) e pai de Danilo (Cauã Reymond), Lorena (Tammy Di Calafiori) e Sinval (Kayky Brito).

Stela Gouveia (Maitê Proença) – Uma mulher bonita, fina, elegante e sensual. É casada com Saulo (Werner Schunemman), mas infeliz no casamento. Por isso, a cativante mulher do aspirante a presidente da Metalúrgica Gouveia usa uma válvula de escape para sua sensualidade, sem nunca deixar de ser ótima dona de casa e  mãe atenta e presente. Que o digam seus filhos: Danilo (Cauã Reymond), Lorena (Tammy Di Calafiori) e Sinval (Kayky Brito).

Danilo Gouveia ou Dan (Cauã Reymond) - Filho de Saulo (Werner Schunemman) e Stela (Maitê Proença). Jovem, esportista, corre no time de ciclistas da Metalúrgica Gouveia. Identifica-se e admira muito mais o tio Gerson (Marcello Antony) do que o pai, a quem não respeita e enfrenta.

Lorena Gouveia ou Lô (Tammy Di Calafiori) – Filha de Saulo (Werner Schunemman) e Stela (Maitê Proença). É uma uma menina linda, feliz e super na moda.

Sinval Gouveia (Kayky Brito) – Filho mais novo de Saulo (Werner Schunemman) e Stela (Maitê Proença). Assim como Danilo (Cauã Reymond), é jovem, esportista e faz parte do time de ciclistas da Metalúrgica Gouveia. Ele disputa toda a atenção de Gerson (Marcello Antony), o tio herói, e de toda a família com o irmão mais velho. Não se identifica com o pai, mas tem pena dele.

O segundo filho e também o tio herói

Gerson Gouveia (Marcello Antony) – Esportista, campeão famoso de corridas Stock Car, também trabalha na Metalúrgica Gouveia e é quase um símbolo da Magrela, a bicicleta mais vendida do país, e também o carro-chefe da indústria. Organiza promoções, campeonatos e disputas para a garotada. Sem filhos e sem gostar de responsabilidade, Gerson nunca deixou de ser garotão. É o tio herói de Danilo (Cauã Reymond) e Sinval (Kayky Brito) e o segundo filho de Bete (Fernanda Montenegro).

A temporã

Melina Gouveia (Mayana Moura) – Filha temporã de Bete (Fernanda Montenegro). Uma mulher bonita, moderna, original, fashion e também voluntariosa e decidida. É a estilista dos produtos derivados para ciclistas na Skinny-Fashion e também cria suas próprias roupas. É perdidamente apaixonada por Mauro (Rodrigo Lombardi), filho do chofer da casa, que, além de não levá-la a sério, tem por ela um sentimento fraternal e a vê ainda como uma menina rebelde, divertida e meio desmiolada.

Os sogros

Brígida Gouveia (Cleyde Yáconis) – Sogra de Bete (Fernanda Montenegro). Vigorosa e ativa, apesar da idade que não aparenta, implica com a nora em tudo. É uma figura forte e imponente na família, mas divertida em seu mau humor e idiossincrasias.

Antero Gouveia (Leonardo Villar) – Sogro de Bete (Fernanda Montenegro) e marido de Brígida (Cleyde Yáconis). De importante família paulistana, é meio baqueado pela idade, mas ainda imponente. Vive como se estivesse nos anos quarenta e pudesse gastar o que quisesse. É um grande companheiro da esposa e, apesar de temperamentos opostos, os dois preservam a união e muitos anos com carinho, brigas, ciúmes, mágoas antigas, acusações e amor. Assim como Brígida, é um personagem divertido em suas  manias.

Os agregados

Mauro Santarém (Rodrigo Lombardi) – É o filho do chofer da casa, porém, criado como se fosse da família. Bonito, elegante, equilibrado e com grande talento para os negócios, é o braço direito do marido de Bete (Fernanda Montenegro) e se torna o principal assessor da matriarca quando ela fica viúva. Sabe do amor apaixonado que Melina (Mayana Moura) dedica a ele, mas só consegue vê-la como uma irmã mais nova. Prefere levá-la na brincadeira e estar sempre por perto para defendê-la das encrencas em que se mete. É apaixonado por Diana (Carolina Dieckmann), mas por ser ético, honesto e grato é capaz de abrir mão de seu amor ou até de sua liberdade para proteger os membros da família onde foi criado e lhe deu oportunidades na vida.

Diógenes Santarém (Elias Gleizer) – Chofer dos Gouveia há muitos anos. Viúvo, pai de Mauro (Rodrigo Lombardi), criou o filho na casa dos patrões. É muito querido pela família e tem uma relação de amizade distante e educada com Brígida (Cleyde Yáconis) e com Antero (Leonardo Villar), a quem respeita, mas critica com humor. A visão deles com relação à vida e às pessoas são diametralmente opostas. Cada um raciocina de acordo com a classe a qual pertence e, evidentemente, só divergem.

Diana Gouveia (Carolina Dieckmann) – Estudante de pós-graduação de jornalismo. Bonita, suave e elegante, se envolve com Mauro (Rodrigo Lombardi) logo no início da trama, mas desperta também o amor de Gerson (Marcello Antony).

A enfermeira

Clara Medeiros (Mariana Ximenes) – Cara de anjo, alma de demônio. Quando lhe interessa, aparenta amizade e desvelo, mas é uma mulher mentirosa, sem escrúpulos, que só quer tirar proveito das situações. Não tem respeito humano e é incapaz de amar alguém a não ser a si mesma. Linda, altiva, consegue enganar a quem quiser. É vulgar e sem nenhum pudor quando deixa de representar seu personagem predileto de boa moça. Trabalha como enfermeira do marido de Bete (Fernanda Montenegro) e será a única a escutar a revelação que o empresário faz à esposa antes de morrer. É neta de Valentina (Daisy Lúcidi), quem não suporta, e irmã por parte de mãe de Kelly (Carol Macedo), a única pessoa com quem parece ter um vínculo de afeição.

FAMÍLIA MATTOLI

O italiano

Antonio Mattoli ou Totó (Tony Ramos) – É o típico italiano popular, apesar de ter nascido no Brasil. Foi criado e mora em terras da Toscana, na Itália, sem saber que é filho de brasileiros. Quando este segredo é revelado, já não esperava mais nenhuma surpresa em sua vida pacata, que é virada de cabeça para baixo. Viúvo, apaixona-se louca e perdidamente por Clara (Mariana Ximenes), uma garota ordinária, mau caráter, mais nova que sua filha, mas que ele vê como um anjo. Totó é um homem do campo na Toscana, pai de Adamo (Germano Pereira), Agostina (Leandra Leal), Agnello (Daniel de Oliveira) e Alfredo (Miguel Roncato), irmão de Gemma (Aracy Balabanian) e avô de Dino (Edoardo Dell’ Aversana).

A irmã

Gemma Mattoli (Aracy Balabanian) – Irmã de Totó (Tony Ramos), Gemma (Aracy Balabanian), assim como o irmão, é brasileira de nascimento e italiana de coração. Sincera, amiga e cheia de amor, criou Totó e cuida dele e de toda família com tanto amor e desvelo que se esquece de sua própria vida. Mulher forte e suave chega a ser cômica em sua dramaticidade mediterrânea, às vezes exagerada.

Os filhos e o neto

Adamo Mattoli (Germano Pereira) – Primogênito de Totó (Tony Ramos), melhor amigo do pai e companheiro de trabalho. Tem medo de tomar as rédeas dos negócios do sítio, mas em um determinado momento é obrigado a fazê-lo. É protetor da família, mas menos esperto do que Agnello (Daniel de Oliveira), seu irmão mais novo.

Agostina Mattoli (Leandra Leal) – Única filha de Totó (Tony Ramos). Casada, foi seduzida e abandonada por Berilo (Bruno Gagliasso), seu marido, que veio para o Brasil em busca de uma vida melhor, mas nunca mais voltou e nem dá notícias. Agostina é também mãe de um garotinho, Dino (Edoardo Dell’Aversana) e trabalha como restauradora em Igrejas da cidade onde mora. 

Agnello Mattoli (Daniel de Oliveira) – O segundo filho de Totó ( Tony Ramos ) é bonitão, jovem e com a cabeça cheia de sonhos. Vive se metendo em encrenca porque quer sair da cidade onde moram e ganhar o mundo. Para isso, trabalha como guia turístico na tentativa de conseguir uma grana ou convite para ir embora do país.

Alfredo Mattoli (Miguel Roncato) – Filho caçula de Totó (Tony Ramos). É meio triste e melancólico porque sua mãe morreu para que ele nascesse, ou assim ele pensa. Totó e Gemma (Aracy Balabanian) fazem o possível para tirarem essa idéia da cabeça dele.

Dino Mattoli (Edoardo Dell’Aversana) – Filho de Agostina (Leandra Leal) e de Berilo (Bruno Gagliasso), netinho de Totó (Tony Ramos) e xodó de Gemma (Aracy Balabanian).

O carteiro

Mimi (Marcelo Medici) – Carteiro da cidade. Tipo popular e típico de cidade italiana pequena. Apaixonado por Agostina (Leandra Leal) intercepta a correspondência que ela pensa manter com seu marido no Brasil.

Nonno Benedetto (Emiliano Queiroz) – Avô de Mimi (Marcelo Medici), completamente esclerosado que solicita o neto o tempo todo. Tem grandes ausências de memória e se perde pela cidade.

FAMÍLIA DO REI DO LIXO

Os reis do lixo

Olavo da Silva (Francisco Cuoco) – Ainda bonitão e galã, Olavo é um rico emergente. Figura popular e simpática, não liga para convenções sociais, nem está interessado em agradar ninguém. Para ele dinheiro são liberdade e conforto, sem obrigações sociais. É autêntico e seguro no que faz. É chamado de Rei do Lixo porque comanda um império de lixo reciclável que é um exemplo de aproveitamento de detritos para todo o mundo. Preocupado com a ecologia, mas também com fazer sempre mais dinheiro. Adora a mulher com quem está casado e, apesar da sua idade, ainda tem uma intensa vida sexual com ela.

Clô Souza e Silva, ou melhor, Clotilde Souza (Irene Ravache) – Bonitona, enxuta e bem cuidada, Clô é esposa de Olavo (Francisco Cuoco) e detesta ser chamada de a Rainha do Lixo. Típica emergente que quer melhorar de nível e frequentar o ambiente das socialites mais bem relacionadas que costuma ver nas revistas. É o oposto do marido, mas se dão muito bem. O maior ponto de discórdia deles é o bairro popular onde moram. Diferente dos casais que na terceira idade abandonam as práticas sexuais, os dois mantém o fogo sempre aceso. Discrição não é com ela. Veste roupas das melhores lojas, sempre num tom a mais do que deveria. É divertida, falante e boa praça.

O bon vivant

Tio Fortunato (Flavio Migliaccio) – Um senhor de espírito jovem, descolado, que não liga para muitas pompas. O tio Fortunato é o irmão do já falecido pai do Olavo (Francisco Cuoco). Vai viver entrando em conflito com a Clô ( Irene Ravache), mulher de Olavo, que adora parecer uma pessoa chique.

A filha única e o bígamo

Jéssica da Silva Rondelli (Gabriela Duarte) – Filha única de Olavo (Francisco Cuoco) e enteada de Clô (Irene Ravache). Voluntariosa e rebelde, sempre faz o que quer. Ficou grávida e se casou às pressas com Berilo (Bruno Gagliasso), um italiano que conheceu no cinema e que adora. Vive dizendo que vai morar na Itália, mas o marido entra pânico só de pensar que poderá encontrar com a esposa italiana que abandonou no país.

Berilo Rondelli (Bruno Gagliasso) – É bonitão, safadinho, ainda bico doce e meio indolente. É bígamo - marido de Agostina (Leandra Leal) na Itália e de Jéssica (Gabriela Duarte) no Brasil, sem que nenhuma saiba da outra. É também pai dos filhos das duas. Vive às turras com o sogro brasileiro, Olavo (Francisco Cuoco), que o detesta. Mas isso não é novidade para ele porque o sogro italiano, Totó (Tony Ramos), também não vai com a cara dele.

Olavinho da Silva Rondelli – Filho de Jéssica (Gabriela Duarte) e Berilo (Bruno Gagliasso) e paixão do avô Olavo (Francisco Cuoco) que adora paparicar o menino.

A secretária

Jaqueline Mourão ou Jackie (Alexandra Richter) – Fina, educada e esnobe, Jackie é secretária da firma de reciclagem. Sempre foi apaixonada por Olavo (Francisco Cuoco) e jurou acabar com o casamento dele com Clô ( Irene Ravache), afinal, onde já se viu escolher a outra secretária para se casar em vez dela que, além de tudo, é muito mais moça que a perua!!!! Se faz de amiga e conselheira de Clô, ao mesmo tempo em que, pelas costas, faz até o impossível para perturbar o sossego da outra.

TATUAPÉ

FAMÍLIA LOBATO DA CEAGESP

A baronesa da CEAGESP
Maria Candelária Lobato (Vera Holtz), mais conhecida como Candê – Mulher de fibra, trabalhadora, bom caráter, despachada e divertida. Viúva e mãe de três filhos mais diferentes do que água e vinho, trabalha como vendedora de verduras e legumes no CEAGESP.

Os filhos da baronesa

Felícia Lobato (Larissa Maciel) – Filha mais velha de Candê (Vera Holtz). Sem objetivo ou motivação para fazer o que quer que seja é completamente diferente de Fred (Reynaldo Gianecchini), seu irmão que é ambicioso e ativo.  O sonho da mãe é que ela se case porque tem medo de morrer e deixar a filha sem nenhum rumo na vida.

Fred Lobato (Reynaldo Gianecchini) – Filho de Candê (Vera Holtz), tem um sorriso largo e amigo, porém, é ordinário e sem escrúpulos. Usa os mesmos métodos e as mesmas safadezas que sua cúmplice Clara (Mariana Ximenes). Juntos, armam todas as maldades da novela e, separados, são piores ainda. Cínico, frio, calculista, com um ar cativante e sereno, que faz todos pensarem que é um cara muito leal e amigo. Vai sair da miséria em que nasceu a qualquer custo, fazendo o que tiver que ser feito, passando por cima de quem quer que seja. Como Clara, só ama a si mesmo. Egoísta e perigoso, capaz das maiores atrocidades, revoltado e vingativo, mas irresistivelmente bonito e charmoso.

Fátima Lobato (Bianca Bin) – Filha mais nova de Candê (Vera Holtz), Fátima é bonita, sonhadora e meio rebelde. Adora acompanhar as competições de bike e se apaixona por Danilo (Cauã Reymond), o grande campeão. Em nome dessa paixão, vive aprontando poucas e boas, o que deixa a sua mãe enfurecida.


A amiga da CEAGESP

Valentina Miranda (Daisy Lúcidi) – Viúva e amiga de Candê (Vera Holtz), faz compras na CEAGESP para as refeições que prepara em sua pensão que tem no Tatuapé. Mulher de passado e moral muito duvidosa, mas que parece boa pessoa. É avó de Kelly (Carolina Macedo) e Clara (Mariana Ximenes), com quem tem uma relação de conflito.

Kelly Miranda (Carol Macedo) – Irmã por parte de mãe de Clara (Mariana Ximenes) e neta de Valentina (Daisy Lúcidi). Garotinha bonita, meio tímida e assustada.

OUTROS PERSONAGENS

Myrna (Kate Lyra) – Secretária da Metalúrgica Gouveia, Myrna vai trabalhar para Eugênio (Mauro Mendonça) e posteriormente para a mulher dele, Bete (Fernanda Montenegro) .

Noronha (Rodrigo dos Santos) – Advogado da Metalúrgica e de Saulo (Werner Schunemann )

Arthurzinho (Julio Andrade) – Mordomo da família de Saulo (Werner Schunemann). Grande confidente, incentivador e companheiro de Stela (Maitê Proença). Trabalha para a família e enche a patroa de mimos e elogios.

Cris (Gabriela Carneiro da Cunha) – Amiga de faculdade de Diana (Carolina Dieckmann), Cris está sempre disposta a ajudá-la. As duas dividem um apartamento.

Chulepa ( Gabriel Wainer ) – Amigo de Danilo (Cauã Reymond) e de Sinval (Kayky Brito), ajuda os dois nos treinos para os campeonatos de ciclismo, de quebra tenta conquistar a irmã deles , Lorena ( Tammy Di Calafiori). É amigo também de Diana (Carolina Dieckmann) e Cris (Gabriela Carneiro da Cunha) na faculdade.

Lurdinha (Simone Gutierrez) – Secretária da LEAR, empresa de reciclagem de lixo de Olavo (Francisco Cuoco).

Cridinho (Andre Frambach) – Um menino solitário e gente boa que ajuda Valentina (Cleyde Yáconis ) e Candê (Vera Holtz ) no CEAGESP e a quem ela trata com muito carinho. Cridinho é também amigo de Fátima (Bianca Bin) e Kelly (Carolina Macedo)

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