quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Endrigo Annyston: O SBT é a TV mais feliz do Brasil?

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Onde está a felicidade do SBT?

Por Endrigo Annyston, Cena Aberta

O SBT comemora nesta quarta-feira 28 anos no ar e, para celebrar, lançou um novo slogan onde se diz a TV mais feliz do Brasil.

Os realities do SBT não deixam nada a dever para as versões originais

Os realities do SBT não deixam nada a dever para as versões originais

É bem verdade que o SBT mudou, e muito, mas exatamente o que o torna a emissora mais feliz?

É notável que hoje o pior defeito da emissora foi esquecido, afinal, as incontáveis mudanças na grade de programação fazem parte de um passado não muito distante. O apelido de “grade voadora” hoje pertence à Record.
Deixaram de lado as bizarrices das adaptações de novelas mexicanas, e, isso, hoje, também faz parte da concorrente Record. Vende-se Um Véu de Noiva veio para provar que o canal sabe sim fazer novela, quando quer.
O jornalismo, antes inexistente, agora conta com profissionais de peso e telejornais com credibilidade e competência, como o SBT Brasil, além de um SBT Repórter que aos poucos vai produzindo material inédito e deixando de lado as reprises.
Investiu com total capacidade técnica em realities que fazem sucesso pelo mundo, como Esquadrão da Moda, Qual Seu Talento? e Super Nanny, sem nada dever às produções originais. Mas nem tudo são flores.

O SBT tem um ótimo contrato com a produtora Warner e sempre se gabou de ser “a emissora dos filmes milionários”, entretanto, vive de reprises e raramente usa seu arsenal. Quando o faz, o campeão de bilheteria já não é uma novidade há muito tempo.

Os seriados que mudaram de horário poderiam estar numa faixa mais acessível

Os seriados que mudaram de horário poderiam estar numa faixa mais acessível

Sim, ainda comete deslizes com seus telespectadores. As séries Ugly Betty e Grey´s Anatomy, antes apresentadas em horário nobre, hoje se encontram nas madrugadas. Daniela Beyruti, filha do patrão, como se estivesse fazendo um favor aos fãs, fez o anúncio da “novidade” no Twitter. Custava, ao menos, um horário mais acessível, como uma tarde de sábado ou manhãs de domingo, por exemplo?

Perdeu uma tremenda profissional como Regina Volpato para poder apostar em baixaria no Casos de Família, mas, vejam bem: com Regina, o Casos, em sua fase áurea, conquistava 11 pontos. Hoje, baixando o nível, dá cinco ou seis.
O problema, mesmo, está naquilo que sempre foi a grande marca da emissora: os programas de auditório. A falta de profissionais competentes nas produções e direção das atrações fez com que as mesmas perdessem fôlego.

O Domingo Legal, agora com Celso Portiolli, teve apenas um bom programa até hoje. Foi quando Eliana esteve no palco com

O Programa Hebe não está tão atrativo como antes

O Programa Hebe não está tão atrativo como antes

seus parceiros. Ou seja, só foi bom por conta da equipe que Eliana trouxe consigo, caso contrário, era mais homenagem a Michael Jackson ou essa Piscina Maluca.

Hebe, coitada, tem como não dar uma audiência desprezível contando com a direção de alguém que bolou um concurso para escolher um ator infantil para a novela Vende-se Um Véu de Noiva em seu programa? Quem em sã consciência quer ver uma coisa assim às 23h? Melhor dormir.

E o programa de Silvio Santos, apesar do Jogo dos Pontinhos, que é um achado, das pegadinhas e do bom humor do patrão, fica devendo, e muito, aos velhos tempos.

Então, eu diria, o SBT tem sim motivos para estar feliz. Está se recuperando, em determinados pontos se destaca pelo amadurecimento, mas, copiando parte do slogan da concorrente, está no “caminho” da felicidade. Ainda tem chão para chegar lá.

No mais, parabéns ao SBT e a todos os profissionais que fizeram e fazem a história da emissora.

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